Antonio Candido, professor e crítico literário, morre aos 98 anos
Na madrugada desta sexta-feira, dia 12, morreu um dos mais importantes críticos literários brasileiros: Antonio Candido de Mello e Souza, 98 anos, escritor, sociólogo e professor emérito da USP e UNESP e doutor honoris causa da Unicamp, em Campinas (SP), e UFPE.
O autor estava internado há quase uma semana no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para tratar de uma obstrução gástrica. O velório acontece no próprio hospital até as 17h. O corpo será cremado no sábado, dia 13, em uma cerimônia somente para a família.
Antonio Candido nasceu no Rio de Janeiro, em 24 de julho de 1918. Em 1939, ingressou no curso de Direito e de Ciências Sociais e Filosofia, ambos na USP. Ele desistiu do Direito no quinto ano, mas se formou em Ciências Sociais e Filosofia, em 1942. Neste mesmo ano, iniciou sua carreira universitária na USP como professor assistente.
O professor estreou como crítico literário nos anos 1940, na revista “Clima”. Também escreveu críticas para jornais como “Folha da Manhã”, “Diário de S. Paulo” e “O Estado de S. Paulo”.
Tornou-se livre-docente de literatura brasileira em 1945 e doutor em ciências em 1954. Em 1974, passou a ser professor titular de teoria literária e literatura comparada da USP, cargo em que se aposentou em 1978. Depois, permaneceu ligado à pós-graduação e à orientação de trabalhos acadêmicos.
Principais obras e prêmios
Antes de ser internado, Candido revisou seu último texto, escrito à mão, sobre o trabalho que teve com Oswald de Andrade (1890-1954). O texto, no entanto, não foi publicado. Entre suas obras mais influentes de crítica literária está a “Formação da Literatura Brasileira” (1959).
Em 1998, o professor recebeu o Prêmio Camões, concedido pelos governos do Brasil e de Portugal, em Lisboa. Em 2005, ganhou o Prêmio Internacional Alfonso Reyes, no México. Além disso, ganhou quatro vezes o Prêmio Jabuti, o mais importante no Brasil.