Bibliotecas criadas em espaços inusitados incentivam a leitura Brasil afora
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Ler é coisa que dá para fazer em qualquer lugar: em casa, no ônibus, num café, numa praça ou na biblioteca. Em diferentes cidades brasileiras, essa lista não para de crescer. Locais os mais variados, como um ponto de ônibus, um açougue ou uma borracharia, têm sido transformados em pontos de leitura. Eles servem de inspiração para encurtar os caminhos entre a população e os livros, usando muita criatividade.
Enquanto o ônibus não vem
Que tal começar uma nova leitura, enquanto espera a condução? Em Belo Horizonte, o projeto Ponto do Livro está na rua há sete
meses, em quatro paradas de ônibus da cidade, duas das quais no entorno da Praça da Liberdade. Os títulos, à mostra em displays de plástico transparentes, estão ali para serem escolhidos por um novo dono. Quem quiser também pode deixar doar seus exemplares por lá mesmo Pelo menos 8 mil livros já foram distribuídos dessa forma.
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Me vê um livro de 500g, por favor
Na Asa Norte de Brasília, o Açougue Cultural T-Bone é o ponto de encontro para programação musical – como shows de grandes nomes da MPB, na rua onde ele está localizado – e projetos de incentivo à leitura. Um deles faz especial sucesso. Logo em frente ao estabelecimento, há uma Estação Cultural, espaço com livros disponíveis para empréstimo sem burocracia, com iluminação própria e computador com acesso à internet. Iniciativa do Açougue Cultural, as estações se multiplicaram para outras quatro localidades da capital federal.
Numa fria
Também em Brasília, uma geladeira foi reformada pelo projeto Refresque Ideias e virou uma biblioteca moderninha em plena Praça da 32, em Guará 2. O exterior foi embelezado pelos traços dos grafiteiros Mamá, Micro Svc, Julimar dos Santos e Thls Rafael. E o lado de dentro foi recheado de livros destinados a quem quiser pegá-los emprestado.
Entre livros e pneus
Borrachalioteca, como o próprio nome indica, é uma inusitada fusão de borracharia e biblioteca. Há 12 anos, o espaço dedicado a pneus começou a abrigar 70 livros para empréstimo. Hoje são mais de 16 mil títulos à disposição dos moradores de Sabará, na Região Metropolitana de BH. A borracharia é a matriz e o endereço mais famoso do que virou uma rede de bibliotecas, também presentes em outros três espaços da cidade.
Sobre duas rodas
Outro nome autoexplicativo é o Bibliocicleta. Sim, em duas rodas, uma biblioteca itinerante se desloca entre comunidades da Grande Salvador, levando livros e material didático a escolas, igrejas, praças e outros espaços. Feito com material reaproveitado, um suporte é encaixado na magrela e serve para expor os títulos disponíveis.
Desde o ano passado, uma bibliocicleta circula por São Paulo, por meio de uma parceria com a ONG Design Possível.
Dentro do baú
Um dos projetos de leitura itinerante mais antigos do país, a Biblioteca Voltante, do Sesc, foi criada há 60 anos e segue levando livros e revistas pelas estradas de Minas. Um caminhão baú vai até os municípios e fica estacionado por um dia inteiro, ao longo do qual moradores podem escolher as obras que querem levar
para casa. Em um intervalo que varia entre oito e 15 dias, esse caminhão retorna e é feita a devolução do material. Durante a visita às diferentes cidades, o baú também se transforma em palco para apresentações culturais. A próxima parada é dia 9 de setembro em Santana dos Montes.