Brasileiros contam como é estudar nos EUA sem sair do Brasil

É cada vez maior o número de brasileiros que aposta no intercâmbio online

As restrições impostas pela pandemia fizeram com que muitos brasileiros mudassem os planos para fazer intercâmbio. Os EUA lideram entre os países mais procurados para formação complementar e obtenção de diploma estrangeiro. Por lá, as universidades ampliaram a oferta de cursos online e não retomaram totalmente o ensino presencial mesmo no pós-pandemia este ano.

Para driblar o momento desfavorável para realizar o intercâmbio internacional presencial e seguir adquirindo a conhecimento e robustez no currículo, é cada vez maior o número de brasileiros que aposta no intercâmbio online.

Brasileiros contam como é estudar nos EUA sem sair do Brasil
Créditos: Merlas/iStock
Brasileiros contam como é estudar nos EUA sem sair do Brasil

Dados recentes do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostram que aumentou a adesão de matrículas no ensino superior remoto dentro e fora do país.

O advogado Ney Campos foi um destes brasileiros que apostaram fazer um intercâmbio sem sair do Brasil. Há quase dois anos, ele faz um mestrado em resolução de conflitos na Ambra University, que fica em Orlando, na Flórida.

Segundo advogado, além da economia com os custos de um intercâmbio presencial, um dos maiores motivos para a escolha do curso remoto foi o alcance da experiência americana no assunto sem sair da sua casa em Minas Gerais.

O advogado Franck Gilberto é um dos brasileiros que faz intercâmbio online
Créditos: Arquivo pessoal)
O advogado Franck Gilberto é um dos brasileiros que faz intercâmbio online

“Além da economia, outra vantagem é a questão da flexibilidade. Eu queria estudar em um mestrado que me proporcionasse à vivência do direito americano, da cultura dos EUA só que de forma remota. Percebi que era totalmente possível se escolhesse corretamente a instituição. Após inúmeras pesquisas me matriculei e estou quase finalizando o curso”, explica.

Outro advogado brasileiro, Franck Gilberto, matriculou-se no mestrado em Ciências Jurídicas, Concentração em Risco e Compliance na Ambra University. Ele ressalta que morando em Macapá (AP) as opções de curso presencial eram poucas e o caminho ideal foi o ensino remoto.

“Aqui no Amapá não tem mestrado em Direito. A única oferta na linha ambiental era de 2012. De lá para cá não tivemos mais nenhum programa de pós-graduação stricto sensu na área jurídica. As linhas de pesquisas que são disponibilizadas aqui na região Norte não vinham ao encontro do meu anseio acadêmico. O caminho do estudo online foi o que me permitiu seguir estudando e obtendo conhecimento para aplicar na minha área de trabalho”, explica o mestrando.

A servidora pública brasileira Arineia Macedo, que reside em Manaus (AM), explica que teve que romper primeiro o próprio preconceito com o ensino superior remoto, principalmente em instituições de ensino superior no exterior. Para ela, pesquisar a fundo a instituição antes da matrícula auxilia na escolha certa e no alcance do objetivo final.

“Quando encontrei a opção de mestrado online na Ambra em Direito Internacional, pensei: será que é isso mesmo? Aí comecei uma profunda análise do currículo dos professores — que está disponível no site — e também uma busca por informações sobre a obtenção do diploma americano. Vi que se tratava de instituição registrada e com parcerias com grandes organizações no Brasil, não tive dúvida. Agora, quase terminando o mestrado, percebi que a flexibilidade do estudo online e o custo benefício são excelentes”, conta.

Formação em português nos EUA

O diretor de Educação da Ambra University, Alfredo Freitas, afirma que há mais de 10 anos a instituição pensou na oferta de cursos em português para auxiliar na formação de brasileiros expatriados. Segundo ele, foi uma surpresa que os cursos passaram a ser atrativos para o público que está no Brasil e que não dispõe, muitas vezes, de tempo ou dinheiro suficiente para fazer um intercâmbio presencial.

“Vimos o número de matrículas saltar durante a pandemia. Mesmo antes, já tínhamos um grande número de estudantes do Brasil, Canadá, países da Europa, África do Sul, entre outros. Sem dúvida após mais de 10 anos vimos o ensino remoto auxiliar pessoas que vivem em regiões longínquas a seguir se capacitando e ganhando mais espaço em suas áreas de atuação. Esse é o grande objetivo nosso”, diz Freitas, que é especialista em Educação e Tecnologia com 20 anos de experiência.