Educação bilíngue: existe idade para aprender um novo idioma ?
Neste post, vamos explicar porque a educação bilíngue é importante na formação dos filhos
Foi-se o tempo em que ver uma criança falando mais de uma língua era mérito apenas daquelas cujo o trabalho dos pais as levava para outros países, ou então um dos pais pertencesse a outra nacionalidade. Com o crescimento da educação bilíngue no Brasil, desenvolver um segundo idioma desde de pequeno ficou mais fácil. Mas qual seria a idade ideal para começar esse processo?
Muitos pais têm medo que seus filhos se confundam. Acreditam que inserir uma segunda língua pode atrapalhar o aprendizado do português e de outros conteúdos, ou ainda que isso significaria colocar uma pressão a mais na cabeça dos pequenos. Nosso objetivo aqui é esclarecer suas dúvidas sobre o momento certo para considerar matricular a criança em uma escola bilíngue.
Neste post, vamos explicar porque a educação bilíngue é importante na formação dos filhos. Em seguida, trataremos das vantagens e dificuldades relacionadas ao aprendizado de um novo idioma e, por fim, os fatores que devem ser levados em consideração para decidir quanto ao momento de matricular o seu filho nesse sistema.
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- A importância da educação bilíngue
Se pararmos para pensar na realidade do mundo hoje, ter uma formação bilíngue é regra e não exceção. Países como a Bélgica, África do Sul, Índia, Irlanda e Canadá possuem duas línguas oficiais. Já na Alemanha e Japão, por exemplo, o inglês é ensinado desde cedo nas escolas. Infelizmente, o Brasil começou a acompanhar essa tendência apenas recentemente.
De acordo com o Ministério da Educação, as escolas particulares no Brasil representam 21% das unidades de ensino. Destas, estima-se que apenas 3% seja bilíngue. O número é muito baixo, mesmo comparado aos nossos “hermanos”, Chile e Argentina, que contam com 8% de suas escolas com formação em dois idiomas.
Outro dado impressionante vem do Conselho Britânico. De acordo com a organização, apenas 1% dos brasileiros é realmente fluente em inglês. 4% apresenta algum conhecimento intermediário do idioma. Em outras palavras, investir em uma formação bilíngue pode colocar seu filho anos-luz à frente da grande maioria dos estudantes brasileiros.
- O formato é mais importante que o tempo
A grande pergunta que aflige pais que ainda estão indecisos em relação à educação bilíngue é qual seria o momento certo. Na verdade, a pergunta deveria ser “como?” e não “quando ele deve aprender?”. Esse é o posicionamento de Selma Moura, pedagoga e mestre em Linguagem e Educação pela USP.
Em entrevista concedida à revista Educação, Moura afirma que muitos dos medos dos pais têm origem em experiências pessoais frustradas por métodos de aprendizado inadequados. O fato é que todo indivíduo já nasce com a capacidade de desenvolver múltiplas linguagens se for estimulado da forma adequada.
Para a educadora, a “sobrecarga, se houver, não será em função da exposição a mais de uma língua, mas, sim, em função de metodologias inadequadas de professores ou cobranças excessivas da família. A formação de professores é a chave para o sucesso da educação bilíngue, e a comunicação aberta com a família é essencial nesse processo”.
- As vantagens da educação bilíngue são indiscutíveis
Dar a oportunidade ao seu filho de ser proficiente em duas ou mais línguas vai além de melhorar suas chances futuras de uma colocação no mercado de trabalho. Vivemos uma cultura globalizada e com acesso a tudo o que acontece pelo mundo. Isso faz do bilinguismo uma habilidade essencial. Nessa sociedade em rede que vivemos, menos conhecimento é igual a menor acesso à informação.
Selma Moura explica que “quando feita com qualidade, a educação bilíngue, além de favorecer a proficiência em duas ou mais línguas, desenvolve a flexibilidade cognitiva, a sensibilidade comunicativa, a apreciação por outras culturas e o conhecimento acadêmico em todas as áreas. Dá aos alunos a oportunidade de se comunicar com um número muito maior de pessoas e, assim, ter sua voz e visão visibilizadas”.
- As dificuldades naturais
Misturar os idiomas, trocar fonemas ou falar as palavras de forma incorreta são experimentações normais pelas quais qualquer criança pode passar. Isso pode acontecer mesmo que ela não esteja aprendendo uma segunda linguagem. O importante é identificar o que faz parte da formação e o que de fato é dificuldade de aprendizado.
Não existe desvantagem quando o assunto é aprender! Por isso, introduzir um novo conteúdo na vida do seu filho é uma oportunidade de somar conhecimento e expandir o campo de visão. Mas essa experiência precisa ser prazerosa e corresponder às habilidades cognitivas próprias de cada idade.
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