Escola transforma espaços públicos com ações coletivas em SP

30/01/2017 14:12

Estudantes fazem mosaicos em um escadão abandonado no projeto “Para além dos muros da escola: intervindo no Jardim Maringá”.
Estudantes fazem mosaicos em um escadão abandonado no projeto “Para além dos muros da escola: intervindo no Jardim Maringá”.

Estudar e conseguir mudar o seu entorno através de ações sociais. Isso é o que fazem alunos da EMEF Assad Abdala, no Jardim Maringá, em Aricanduva, zona leste de São Paulo. Através da iniciativa de um grupo de estudantes do nono ano – que logo se estendeu para outros alunos, bem como professores e coordenadores – a comunidade escolar passou a agir em espaços públicos na região para mudar o que todos gostariam de ver diferente.

O projeto “Para além dos muros da escola: intervindo no Jardim Maringá” tem a intenção de mudar aquilo que incomoda os alunos no bairro, algo no caminho entre a casa e a escola. Com isso, os estudantes deram um passo em direção ao seu território e, através de ações coletivas e aprendizado, passaram a transformar espaços públicos, com uma praça do bairro, um clube, uma escada ou um centro comunitário.

Em entrevista para o Cidades Educadoras, a professora de língua portuguesa da escola, Claudia Acorinte da Costa, diz que o projeto se deve diretamente à instauração dos Trabalhos Colaborativos Autorais (TCAs) – implementados na escola desde 2014, com a adesão ao programa Mais Educação São Paulo.

Estudantes participam de atividade no espaço público do Jardim Maringá, em São Paulo.
Estudantes participam de atividade no espaço público do Jardim Maringá, em São Paulo.

Segundo ela, que é uma das responsáveis por coordenar o projeto, após entender a necessidade de os estudantes agirem juntamente ao seu território para mudar aquilo que os incomodava, a comunidade escolar foi para as ruas e praças do bairro para requalificar os espaços.

Claudia conta que os alunos, divididos em comissões, aplicavam saberes escolares para compreender e transformar os espaços. De acordo com a professora, a matemática foi aplicada para pensar nas mudanças estruturais, o português nas entrevistas com moradores da região e, outras frentes dos projetos (como comunicação e arquitetura e urbanismo) foram instrumentais para pensar e divulgar as ações. “A aprendizagem fica muito mais rica quando é aplicada. Hoje a gente não tem dúvida de que eles crescem muito mais assim”, diz.

Para a professora, o protagonismo estudantil foi algo forte visto nos jovens da escola. A ideia de que se deve participar de suas realidades mudou a relação dos estudantes com o bairro e com a educação.

O projeto – que foi um dos 11 escolhidos entre um total de 1.014 enviados para o Desafio Criativos da Escola de 2016 – teve também o apoio dos programas Mais Educação, Mais Educação São Paulo e São Paulo Integral.

Em entrevista para Cidades Educadoras, Gabriel Salgado, o assessor do projeto Criativos da Escola, do Instituto Alana, acredita que o projeto tem como grande potência a sua inserção no território. “Ele mostra como a ação direta dos estudantes – com apoio dos professores – é capaz de transformar uma comunidade, ao mesmo tempo em que traz um ganho para a qualidade da educação”, explica.

Crianças participam de atividade em praça no bairro que recebeu ação do projeto.
Crianças participam de atividade em praça no bairro que recebeu ação do projeto.

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Com informações de Cidades Educadoras.