Estudante brasileiro grava paródia de ‘Baile de Favela’ em Stanford

O estudante carioca Gil Sant’Anna, de 26 anos, nasceu no Complexo do Alemão, mas levou o passinho brasileiro para dentro da Universidade Stanford, uma das instituições americanas mais prestigiadas do mundo.

Lá na Califórnia, EUA, Gil é aluno de doutorado em Neurociências em Educação e gravou um vídeo parodiando o funk “Baile de Favela”. Nesta versão, a música de MC João ganhou o título de “Baile de Decoreba”. A letra descreve a conjuntura da vida escolar hoje em dia no Brasil e faz uma crítica bem humorada ao modelo “copia e decora” das salas de aula.

A paródia também inclui o icônico refrão da música “Rap da Felicidade”, de MC Cidinho & Doca. “E só quero é aprender e não ficar sentado acomodado e obedecer. E poder me expressar e resolver problemas ao invés de decorar”, canta Gil, cheio de gingado. Confira no vídeo abaixo:

Desde o Natal de 2015, ele está em Stanford para o processo de aplicação para o doutorado. No entanto, já trabalhava com pesquisas nessa área quando morava no Rio de Janeiro.

“Eu nasci próximo ao campo do Jurema (entre a favela do Cruzeiro e o Complexo do Alemão), numa família em que quase ninguém tinha nem o ensino médio. Eu era uma criança muito tímida, mas sempre fui muito curioso. Com 10 anos de idade eu fui apresentado à meditação, que me ajudou a trabalhar minhas emoções, meu foco e minha disciplina”, explica ele.

No ensino médio, Gil descobriu um ciclo de palestras de alto nível, organizado pelo respeitado físico brasileiro Herch Moysés Nussenzveig. A partir daí, perdeu a timidez e o medo de falar ao público. “Foi o divisor de águas da minha vida. Após isso, eu comecei a fazer pesquisa, ganhei prêmios, entrei na graduação em biofísica, dei aulas para mestrado quando estava no primeiro período da faculdade, comecei a viajar, empreendi e até morei fora.”

E então começou a estudar as práticas da Mindfulness, uma técnica cada vez mais incorporada na clínica contemporânea, sobretudo na psicologia e medicina.

Com todo esse conhecimento, o doutorando criou uma escola chamada Ambamind, o que o impulsionou a se conectar com os grandes cabeças da educação finlandesa – um dos sistemas educacionais mais avançados do mundo – e a ir estudar Neurociência, Mindfulness e Educação em Stanford.