Fundação Itaú lança mais três cursos gratuitos autoformativos
São cursos gratuitos livres, abertos a todos os interessados, e oferecem certificação reconhecida
A Escola Fundação Itaú anunciou o lançamento de três novos cursos desenvolvidos em parceria com o Itaú Cultural, voltados para profissionais e interessados nas áreas de educação, arte e cultura.
O primeiro deles, “Vozes, artes e territórios”, propõe uma reflexão sobre a ressignificação de representações históricas sob uma perspectiva decolonial. Já o curso “Design decolonial: territórios e olhares” analisa de forma crítica a influência eurocêntrica nos processos de criação e design.

Por fim, “Projetos Culturais: por onde começar? – Parte 2” oferece ferramentas práticas para transformar ideias em projetos culturais estruturados. As formações são de curta duração e seguem o modelo autoformativo, permitindo que cada aluno organize seu ritmo de estudo.
São cursos gratuitos livres, abertos a todos os interessados, e oferecem certificação reconhecida pela Escola Fundação Itaú ao final. O acesso aos conteúdos está disponível pelo site fundacaoitau.org.br/escola.
Conteúdos dos novos cursos gratuitos da Escola Fundação Itaú
Vozes, artes e territórios
Neste curso, em formato de podcast, o músico Tiganá Santana, professor do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB-USP), e Fernanda Pitta, professora do Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC-USP), estabelecem um diálogo crítico às representações artísticas do Brasil colonial, produzidas por franceses entre os séculos 16 e 19.
Por meio de entrevistas com dois artistas indígenas e uma artista afro-brasileira, aborda as suas leituras sobre a colonialidade e como suas vivências influenciam suas criações.
A partir dos lugares de fala e das vivências dos entrevistados, a série investiga como trajetórias e pertencimentos –identitários e territoriais– influenciam práticas estéticas, tornando a arte uma ferramenta de resistência e preservação dos diferentes modos de criar, existir e transmitir conhecimento. Na primeira entrevista, Célia Tupinambá expõe como a prática de confecção do Manto Tupinambá enfrenta as múltiplas formas de presenças coloniais que ainda ameaçam os povos indígenas.
O artista visual e curador Denilson Baniwa compartilha suas visões sobre o lugar da arte na vida contemporânea na segunda conversa, com um olhar crítico ao sistema das artes e à realidade brasileira. A dançarina e coreógrafa Ana Pi discute o corpo como elemento estético e agente de deslocamento, refletindo sobre as inscrições coloniais que encontra nos diferentes contextos de sua circulação entre Minas Gerais e França.
Com carga horária de quatro horas, a série de aulas-podcast é realizada em quatro episódios e conta ainda com um e-book, que sintetiza as principais ideias das conversas gravadas, e infográficos ilustrativos dos temas abordados por cada artista convidado.
Design decolonial: territórios e olhares
Para apresentar os conceitos fundamentais do design decolonial, o curso em parceria com a Kuya – Centro de Design do Ceará, aborda exemplos reais de práticas, saberes e linguagens construtivas que nascem em territórios marginalizados e são invisibilizados pelas narrativas eurocentradas do design. Assim, as aulas são um convite a repensar os processos que valorizam saberes locais e relações comunitárias.
Os conteúdos aprofundam discussões sobre colonialidade e decolonialidade, escuta ativa, economia criativa e juventudes, ampliando o entendimento do que é projetar e para quem se projeta. Além disso, a formação debate o papel da inteligência artificial e de novas tecnologias na preservação ou no apagamento das narrativas, com um olhar voltado para o campo do design.
Com quatro horas de duração, o curso é ministrado por Cláudia Sales, arquiteta, pedagoga, pesquisadora e coordenadora de formação da Kuya –Centro de Design do Ceará, e por Cristiellen Rodrigues Ribeiro, arquiteta, pesquisadora em relações étnico-raciais e articuladora territorial. As trajetórias de ambas são largamente ligadas a práticas coloniais, políticas afirmativas, educação e produção de conhecimento em diálogo com comunidades.
Projetos Culturais: por onde começar? – Parte 2
Voltada para interessados em transformar suas ideias em projetos culturais, a formação aborda as etapas essenciais para o desenvolvimento de projetos, desde estratégias de redação e linguagem para editais, diferentes tipos de direitos autorais e estratégias de formatação de portfólios até o planejamento financeiro dos projetos, compreendendo impostos, tributos e alíquotas essenciais na atuação profissional no setor cultural.
O curso também explora a evolução das tecnologias para a acessibilidade cultural, compreendendo a importância da cultura da acessibilidade, e os impactos da inteligência artificial no setor cultural, discutindo como inserir a IA na rotina de produção e os limites de responsabilidade e originalidade no uso dessas tecnologias.
Com carga horária de duas horas, a formação é composta por seis aulas online e por materiais de leitura elaborados pelos consultores Tatiana Sabadini, escritora, poeta, jornalista e artista; Cláudio Lins de Vasconcelos, advogado e professor; Estela Lapponi, performer e videoartista com foco em acessibilidade; André Felipe de Medeiros, comunicador com especialização em cultura e arte; Marcos Salmo, gestor cultural e consultor em gestão pública; e Adriana Ferreira, jornalista, escritora e curadora. A apresentação é da artista e gestora cultural Andressa Batista.
A primeira parte do curso, lançado em 2024, também está disponível gratuitamente na Escola Fundação Itaú e aborda as temáticas de estrutura de projetos, direitos autorais, acessibilidade, tecnologias e experiências imersivas, cronograma e orçamento.