MEC vai criar 5 mil vagas em cursos de STEM no Enem 2026
Do total das vagas, 1,5 mil serão ofertadas a partir do Enem 2025 e o restante na edição de 2026
O Ministério da Educação (MEC) anunciou a oferta de cinco mil novas vagas no próximo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em cursos e universidades e de instituto federais focados nas áreas de STEM, sigla em inglês para ciência (science), tecnologia (technology), engenharia (engineering) e matemática (mathematics).
O programa parte do diagnóstico de que, embora a produção científica brasileira tenha avançado significativamente —colocando o país na 14ª posição mundial em publicações científicas indexadas—, ainda há um grande descompasso entre pesquisa e inovação.
A transferência de tecnologia e a relação entre universidades e empresas permanecem limitadas por barreiras burocráticas e pela baixa profissionalização dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs).

No campo das patentes registradas, o Brasil ocupa apenas a 27ª posição no Escritório de Patentes dos Estados Unidos (2022), com cerca de 250 registros naquele ano, evidenciando o chamado “vale da morte” entre a geração de conhecimento e sua aplicação prática.
“O mundo inteiro discute o novo mundo do trabalho, as novas tecnologias, a inteligência artificial. As universidades estão oferecendo, agora, um novo programa de STEM, com novos cursos nas áreas de biotecnologia, engenharia, robótica e inteligência artificial. Então, vamos ofertar no novo Enem novos cursos nas nossas universidades, conectados com esse novo mundo da tecnologia, da inovação e da ciência”, disse o ministro Camilo Santana.
Déficit na formação de profissionais em áreas STEM
O objetivo é transformar as universidades federais em ambientes dinâmicos de inovação, capazes de conectar ciência, empresas e sociedade, impulsionando a neoindustrialização e a transformação ecológica do país.
O Brasil enfrenta hoje um déficit estrutural na formação de profissionais em áreas STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) —justamente aquelas que sustentam a transformação digital e a transição para uma economia de baixo carbono.
Atualmente, menos de 18% dos concluintes do ensino superior brasileiro estão em cursos STEM, proporção inferior à média dos países da OCDE (25%). Ao mesmo tempo, a demanda por profissionais qualificados nessas áreas cresce rapidamente: setores como tecnologia da informação, engenharia, energias renováveis e biotecnologia têm milhares de vagas abertas por falta de profissionais com formação adequada.
A lacuna se agrava quando observamos a desigualdade regional e de gênero: o país ainda tem uma baixa participação de mulheres e estudantes do Norte e Nordeste em cursos tecnológicos e de engenharia, o que limita a diversidade e a inovação.
Para enfrentar esse desafio, o Ministério da Educação está criando 5 mil novas vagas em cursos STEM nas universidades e institutos federais — sendo 1,5 mil ofertadas a partir do ENEM 2025 e o restante no ENEM 2026. O objetivo é formar uma nova geração de cientistas, engenheiros e tecnólogos capazes de liderar a neoindustrialização brasileira e dar suporte à agenda de inovação e sustentabilidade do país.
Com informações da Agência Brasil