Método é capaz de resumir anos de estudo a uma semana

Método desenvolvido por Victor já aprovou mais de 800 candidatos em importantes concursos

Por: Redação

A menos de dois meses para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), candidatos de todo o país se preparam para a prova que acontece nos dias 3 e 11 de novembro.

Considerado um dos principais meios de ingresso à universidade pública no Brasil, e também em 41 instituições portuguesas, a avaliação permite, ainda, o acesso a bolsas de estudo e financiamento estudantil: seja pelo ProUni ou Fies.

Se você é um dos mais de 6,3 milhões de estudantes que se prepara para a prova, este post foi pensado para otimizar sua rotina de estudos.

Em entrevista à Catraca Livre, o especialista em aprendizagem acelerada, Victor Ribeiro, listou uma série de dicas pra quem pretende chegar à faculdade.

Formado em Administração de Empresas, Victor é especialista em educação corporativa e gestão, entusiasta do desenvolvimento humano e da aprendizagem acelerada

Ele pontua que o ENEM é marcado pela saída da adolescência para a fase do jovem adulto. Apesar disso, um bom rendimento na prova não tem relação com a idade e, sim, com o senso de responsabilidade dos candidatos. “Existe adolescente de 30, 40 e tudo mais, mas o que importa é assumir a responsabilidade. É nesse momento que a pessoa será aprovada. Eu tenho mais de 100 aprovados no ENEM e nenhum deles tem cursinho, eram alunos mais velhos, trabalhavam sem ter tempo integral e há anos haviam terminado ensino médio”.

O segredo, explica o especialista, está em assumir os rumos da rotina de estudos. “Quando você deixa de estar no pensamento do adolescente, que é eu tenho um professor que me ensina, decide por mim, ele escolhe as coisas todas”.

Ribeiro também rejeita um velho mito a respeito da rotina de estudos: a famosa “decoreba”. Para ele, decorar apenas não é suficiente, já que um bom resultado na prova só acontecerá por meio da compreensão do tema analisado. “Basicamente eu posso dizer toda a chance que a pessoa tem de passar ou não no ENEM com um a folha de matéria. Se ele consegue aprender bem essa única folha, eu sei que as outras três mil ele vai aprender bem. Se ele não consegue aprender bem uma, ele pode entrar em cursinho de R$ 5 mil reais, ele pode passar anos e anos estudando, que não vai passar.”

Facilidade do aprendizado

Ribeiro remonta aos tempos de escola para explicar que, para se dar bem no Enem, você não precisa necessariamente ser o melhor aluno da sala. “Naturalmente, algumas pessoas se tornam, não exatamente, o melhor aluno da sala, mas aquele que aprende com mais facilidade. Não estou falando quem sai da escola e passa a tarde inteira estudando. Esse é o esforçado, o que é bom. Mas aqueles que sempre ficam entre os cinco melhores da sala todo bimestre, essa pessoa tem facilidade de aprender. E podem falar ‘ah é uma coisa que a pessoa nasceu’, não, é uma sequência de pensamento que ela desenvolveu. E qualquer pessoa, seja com 50 aos ou mais, consegue desenvolver esta estrutura de aprendizado”.  

Concentração

Créditos: Getty Images/iStockphoto

A primeira coisa a respeito da concentração, Ribeiro destaca, é ter clareza sobre o resultado buscado na prova. A partir daí o candidato foca no resultado e não na atividade. “Eu não quero que a pessoa passe quatro horas estudando ou na frente da aula. Ela tem que atingir um resultado e que resultados são estes? Nos próximos trinta minutos eu tenho que tentar dominar o item crase, agora mais 10 minutos para aprender substantivo e os cinco tipos de substantivos. E se souber exatamente o que preciso atingir de resultado nesses próximos dez a quinze minutos, e como fazer isso, a concentração pode ser quase absoluta. A única coisa que pode interromper mesmo é o cansaço. Ou seja a capacidade de concentração do ser humano pode ser plena desde que acesse um estado de clareza muito grande”.

Estratégias de aprovação

Ouvir não é aprender. Segundo ele, em nada adianta passar dez horas ouvindo o professor sem absorver nada. Ler não é aprender, anotar não é aprender, resolver questão não é a aprender. Ribeiro explica por que: “Aprender é uma capacidade cerebral ou neurológica, no qual a gente consegue com nosso diálogo interno repetir aquelas informações e criar uma representação interna. Alguns aprendem muito bem de forma aleatória e outros vão passar a vida sem saber essa grande sacada que é, eu preciso ler uma página sobre um assunto e de olhos fechados ter uma representação mental sobre o que foi aquele assunto. E isso eu consigo levar pra sempre”.

Créditos: Getty Images

Cita como exemplo questões referentes à História, disciplina impossível de ser estudada em sua totalidade de temas. E como você pode disseca-la de acordo com as exigências do ENEM. “História é basicamente a maior matéria que existe. Mas a partir do momento que eu penso, o que é história para o Enem. São estes 63 itens, a pauta do edital. Aí tá lá ‘Revolução Russa’ e os itens, ‘o que foi a revolução, quais foram os impactos, quem foram as pessoas e as fases. Pronto. Eu consigo às vezes em meio parágrafo ter o resumo específico da parte importante do tema. Eu vou me atentar aos livros, ou ao professor, para conseguir identificar o que é, pra que serve, como funciona em cada um dos itens”.

Hackeando o aprendizado

Enquanto as pessoas levam cerca de um ano para adquirir um novo hábito, Ribeiro indica uma técnica chamada ‘hackeamento do aprendizado’, atalho capaz de resumir anos de estudo a apenas uma semana. “Quando se fala de aprendizagem, existem pessoas que passam cinco anos estudando pra concurso, três para o Enem. Mas se a gente hacker o processo, esse resultado será muito mais rápido. Então qual é a ideia do hackear? É olhar pro final, de qual vai ser o resultado e ir pra trás”.

Créditos: Getty Images/iStockphoto

Ou seja, o resultado é definido pela aprovação no Enem? Não. Esta será apenas a evidência de que você aprendeu a quantidade de itens exigidos na prova. “Se eu não consegui aprender ou não estudei a quantidade ou na qualidade que preciso. Eu fui pra aula, mas não aprendi. Não é o tempo que você passa envolvido. Se eu não estudei a quantidade, pensando, por exemplo, em alguém que já saiu do nível médio, e hoje trabalha ou tem outras coisas, eu preciso simplesmente criar um hábito”.

Ribeiro ressalta que se ater à leitura de páginas, sublinhar ou anotar determinados trechos de um livro não resolve o problema de quem busca um rápido aprendizado. Já que nestas situações, o candidato costuma se apressar no momento de criar representações mentais. “Duas horas por dia de aprendizado, bem estudado, dá 720 horas num ano, e serve tanto para passar numa magistratura quiçá passar numa prova do Enem”.  

Estudar sozinho

Cada sala de cursinho tem de 50 a 100 alunos, e todos eles competem cerca de 3 a 4 vagas na aula. Metodologia que, automaticamente, já reprova 95% da sala mesmo que seja nos melhores cursinhos. “Não digo para não fazer, mas só o cursinho não é suficiente. Se o aluno já implementou para si mesmo o seu ritmo de aprendizagem, se sente capaz de entrar na internet e aprender como fazer o slime_o que é o slime, pra que serve, o passo a passo, os ingredientes, e tem isso na cabeça, ele é capaz de aprender qualquer coisa de matemática e outras fontes.

Créditos: Getty Images/iStockphoto

Ele avalia que, infelizmente, as pessoas diferenciam o processo de assimilar coisas que gostamos de aprender conteúdos para uma prova. “Existe um pequeno hack que pode acelerar. A partir do momento em que o aluno se imagina um professor daquele assunto. Simplesmente nessa atitude, o cérebro começará fazer correlações com a realidade e será muito mais fácil e prazeroso fazer este processo de estudo”.

Memorização

A primeira grande regra da memória é a decisão. Se a pessoa tomar uma decisão de que esta vai ser a única vez que vai mexer nesse material e precisará aprender aquilo agora, o cérebro naturalmente aprende e memoriza melhor. A partir daí, a memória será uma junção de três elementos: compreensão, repetição e técnicas de associação.

1. Compreensão: “se você não compreendeu você não vai memorizar”.

2. Repetição: “nosso dna é de 50 mil anos atrás, feito para necessidades de 50 mil anos atrás. Onde a única coisa que a gente precisava saber era onde está minha caverna, o que posso comer e qual bicho que preciso correr. Mas ele tem um potencial de memorizar qualquer coisa e a repetição é a principal chave. Nós só realmente aprendemos bem aquilo que a gente repete. E uma repetição ativa. Qualquer música você consegue aprender letra por letra. Mas como a gente faz ? A gente não só escuta a música mil vezes, a gente canta a música sem olhar a letra na nossa cabeça. Ou seja, um bom resumo são letras musicais que preciso cantar na minha cabeça de novo e de novo. Você tem capacidade de memorizar quantas coisas quiser.  Compreensão, repetição e técnicas de associação”.

3 .Técnicas de associação: “criar associação de uma informação nova a algo que a gente conhece é uma das melhores formas de reter um novo conhecimento na mente e memorizá-lo. A associação é muito utilizada quando se utiliza uma metáfora para compreender algo novo”.

Redação

Existem três coisas para fazer uma redação nota mil. “A primeira, simples, o domínio do português correto. “As pessoas hoje dominam o “facebuquês”, “whtasappês” e estamos mal acostumadas a escrever coisas com o corretor automático. Eu preciso me reacostumar a escrever com a minha mãozinha, e ter a confiança de que estou usando a linguagem correta, sem erros maiores. Segunda coisa, conhecer o tema que será derivado de alguns itens da prova. Então, a medida que você estiver estudando vai ter condições de escrever sobre aquilo lá. E terceiro, dominar a estrutura da redação pedida”.

Pulo do gato

“Tem uma coisa bem engraçado com prova objetiva. Tem alunos que não são bons na escrita, não são os melhores alunos, não são os mais inteligentes, mas quando fazem aqueles simulados da escola, estão entre os primeiros. Que mágica é essa ? É a mágica da interpretação de questões e isso pode ser o grande pulo do gato para se sair bem”.

Ponto chave: ambição

Um ponto chave que pode começar agora, só depende da pessoa e pode ser o mais extremo diferencial independente de técnica de estudo: ambição.

Ambição de querer ser o melhor, ser o primeiro colocado do curso dele, o melhor da sala. Nós somos acostumados no nível médio a sacanear a pessoa que ia melhor, achar aquilo meio bobo. E principalmente, por causa dos tropeços e pancadas, fomos condicionados a não traçar isso como objetivo. Existe uma frase no mundo dos negócios diz que enquanto você não quiser ser o melhor não estará entre os 100 primeiros. Acredito que isso seja verdade também pra provas. Então vale a ambição de querer ser o melhor da minha sala, o melhor entre meus pares, e mais que pensar em ser melhor frente aos outros, eu quero ser o melhor de mim mesmo, de quem eu quero me tornar. E se ele depois quiser jogar aquela ambição fora, tudo bem. Mas para aquele momento ela ser fundamental”.