Em parceria com ONGs, Microsoft ajuda jovens a terem acesso a cursos gratuitos de tecnologia

Companhia tem promovido acesso à computação inclusiva e realizado investimentos em programas de habilidades digitais fundamentais para empregabilidade

Morador da favela do Cantagalo, na zona sul do Rio de Janeiro, o jovem João Victor Chaves, de 17 anos, cresceu em um ambiente de poucas oportunidades e muito mais conhecido por graves problemas sociais, como pobreza, violência e tráfico de drogas. “Eu era um adolescente rebelde, ficava muito nas ruas e comecei a ser influenciado pelo meio no qual estava inserido”, relembra.

“No 6º ano do Ensino Fundamental fui expulso da escola na qual eu estudava. Depois de um tempo passei a estudar no Solar Menino de Luz, onde fui acolhido, mudei minha maneira de ver as coisas e o meu comportamento”, diz João Victor.

João Victor Chaves, de 17 anos, é um dos jovens impactados pelas iniciativas promovidas pela Microsoft
Créditos: Acervo pessoal | Divulgação
João Victor Chaves, de 17 anos, é um dos jovens impactados pelas iniciativas promovidas pela Microsoft

Foi no colégio integral da zona sul carioca que o jovem teve uma nova perspectiva de futuro ao ser apresentado ao universo da tecnologia em um programa de cursos desenvolvidos pela Recode, em parceria com a Microsoft Brasil.

A iniciativa da Microsoft não é um caso isolado. Ela faz parte de uma série de ações da gigante da tecnologia para dar acesso à população a cursos e certificados que possibilitem a recolocação e a ascensão profissional.

Para alcançar este objetivo, a Microsoft tem realizado parcerias com  empresas, governos, entidades sem fins lucrativos e organizações não-governamentais como a própria Recode, a Associação Telecentro de Informação e Negócios (ATN), Trust for the Americas, Instituto Crescer e Softex.

É dando que se recebe

No colégio Solar Menino de Luz, João Victor teve a oportunidade de se aprofundar em cursos como Gestão de Projetos e Aplicativos de Impacto. Eles abordam ferramentas para transformação social e técnicas de Design Thinking voltados para o desenvolvimento de protótipos de aplicativos com impacto social positivo.

A experiência fez com que o jovem criasse um projeto de sustentabilidade voltado para angariar fundos com grandes marcas e empresas para auxiliar a manutenção do Solar Menino de Luz e permitir que a escola continuasse a trabalhar filantrópicamente.

Atualmente, o aluno trabalha como jovem aprendiz na Recode, onde entrou em 2020 para atuar na área de operações. “Depois de um ano difícil por conta da pandemia, foi muito bom poder trabalhar com a Recode, auxiliando-os a impactarem positivamente a vida de outros jovens, como fizeram com a minha”, diz o jovem carioca.

“Na comunidade, muitas pessoas não têm condição de pagar cursos completos e intuitivos como esses, então tenho muita gratidão pelo conhecimento e pelas oportunidades que me trouxeram”, explica João Victor.

Iniciativas que impactam o futuro

Essa necessidade de capacitar a força de trabalho para o futuro vai de encontro a dados recentes de uma pesquisa da McKinsey Global Institute Analysis, que destaca que até 2030, cerca de 800 milhões de pessoas no mundo precisarão aprender novas habilidades para seus empregos devido à automação.

Outro estudo, realizado pela Brasscom e divulgado em 2019, alerta para o fato de que o Brasil terá um déficit de 290 mil profissionais de TI até 2024. A pesquisa indica que o país deve continuar a viver uma escassez de talentos e uma lenta transformação digital.

São ações como estas da Microsoft que podem transformar essa realidade e impactar a vida de jovens como João Victor, e também de David Carlos, de 20 anos. Morador de Bauru, cidade do interior de São Paulo, David encontrou nos cursos da Associação Telecentro de Informação e Negócios (ATN), em parceria com a Microsoft, a chance de progredir em sua carreira.

O jovem autista ficou sabendo dos cursos após seu psicólogo sugerir para ele participar do programa “Planejando o futuro”, do Centro Especializado em Reabilitação SORRI – BAURU, que promove a comunicação e trabalha as habilidades dos alunos para a construção de seus projetos de vida.

Morador de Bauru, no interior de São Paulo, David Carlos também teve a sua realidade transformada pela iniciativa da Microsoft
Créditos: Divulgação
Morador de Bauru, no interior de São Paulo, David Carlos também teve a sua realidade transformada pela iniciativa da Microsoft

Na época, David tinha 18 anos de idade e realizou cursos como o de iniciação à linguagem de programação C#, um programa de introdução à ciência da computação chamado Hora do Código, e outro conhecido como Minecraft, que também trabalha conceitos de programação só que em games.

De acordo com o aluno, os cursos o ajudaram em seu estágio em um órgão público de perícia da polícia científica no qual atuava desenvolvendo estudos e a programação de aplicativos para o rastreio de carros roubados.

“Os cursos aprimoraram muito as minhas habilidades, me ajudaram a obter o conhecimento de forma mais rápida e também me auxiliaram em habilidades simples, como digitação rápida, gerenciamento de documentos que também fizeram a diferença no dia a dia de trabalho”, comenta.

Atualmente, David está cursando a faculdade de Ciência da Computação na FIB (Faculdades Integradas de Bauru), fazendo estágio remoto em uma empresa de Fortaleza na qual atua com linguagens de programação e desenvolvimento front-end, e também segue auxiliando o SORRI-BAURU com C# e Visual Studio Code para a criação de um sistema de registro de ponto.

Investir é preciso

Líder de Filantropia da Microsoft Brasil, Lúcia Rodrigues conta que a companhia tem atuado para diminuir essa lacuna de talentos em TI por meio de investimentos em programas de habilidades digitais fundamentais e promovendo o acesso à computação inclusiva.

“Apenas em 2019 investimos mais de R$ 48,3 milhões para levar a tecnologia gratuitamente para 2.038 ONGs no Brasil, beneficiando vários projetos sociais e mais de 79 mil pessoas, que participaram de treinamentos patrocinados pela Microsoft, permitindo o avanço da digitalização do país e proporcionando emprego na economia digital. O Brasil está entre os primeiros colocados nos rankings de uso de rede social no mundo, porém a tecnologia deve ser mais do que entretenimento no País. Segundo dados da IFR (Federação Internacional de Robótica), o Brasil fica na 39ª posição em um ranking de 44 países que mais usam a tecnologia. É preciso usá-la como instrumento de educação, inclusão social e geração de oportunidade”, afirma Rodrigues.

Dentre outras iniciativas da companhia está o apoio ao Instituto Crescer, junto ao Itaú Unibanco. A iniciativa conjunta visa a ampliação do projeto Geração Crescer, programa de qualificação profissional e empregabilidade voltado a promover talentos para as novas demandas do mercado.

Por meio de cursos online em temáticas como pacote Office 365, educação financeira, comunicação e expressão, cultura digital, inglês e muito mais, a iniciativa oferece apoio a jovens acima de 18 anos, adultos e pessoas com mais de 60 anos. Incluindo pessoas com deficiência, mulheres, pessoas negras, refugiados e a comunidade LGBTQIA+ que estão em busca de uma oportunidade de trabalho e de capacitação frente à crise econômica agravada pela pandemia do coronavírus. Em complemento, ainda encaminha seus participantes para processos seletivos com empresas parceiras.

A Microsoft ainda criou os programas Microsoft Learn, que possui mais de 225 roteiros de aprendizagem, mais de mil módulos em diversos idiomas para auxiliar alunos a aprimorarem suas habilidades técnicas; o AcademIA, um hub de ensino para profissionais interessados em Inteligência Artificial dentro do Microsoft Learn; uma parceria com o LinkedIn Learning para 96 cursos gratuitos que ficarão disponíveis para os brasileiros até dezembro de 2021; e conteúdos de Letramento Digital e Produtividade disponíveis nas páginas da Microsoft.

“Ao possibilitarmos o acesso ao conhecimento tecnológico com base nas tendências do trabalho para o futuro, buscamos incentivar as oportunidades de emprego para os profissionais brasileiros, além de visar o desenvolvimento econômico por meio da digitalização do País”, conclui Lúcia Rodrigues.