Professor brasileiro é um dos finalistas do ‘Nobel da Educação’

22/02/2017 15:47

O professor capixaba Wemerson da Silva Nogueira, de 26 anos, é o único brasileiro que está entre os 10 finalistas do Global Teacher Prize, uma das maiores premiações educacionais do mundo e considerada o “Nobel da Educação”. A lista foi anunciada na noite da última terça-feira, dia 21, pela ONG Varkey Foundation.

O prêmio reconhece ações transformadoras protagonizadas por educadores dentro da sala de aula e em suas comunidades. Wemerson é um destes professores, que não só mudaram as perspectivas de aprendizagem de seus alunos, mas levaram soluções para a população local.

Filho de agricultores e formado em ciências biológicas por ensino à distância, o professor do ES está próximo do prêmio de US$ 1 milhão. O resultado da premiação será divulgado em 19 de março, durante o evento Global Education and Skills Forum 2017, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Professor também ganhou o prêmio nacional Educador Nota 10, em 2016
Professor também ganhou o prêmio nacional Educador Nota 10, em 2016

Filtrando as lágrimas do Rio Doce

Wemerson, que leciona química e ciências, desenvolveu o projeto chamado “Filtrando as lágrimas do Rio Doce” na EEEFM Antonio dos Santos Neves, em Boa Esperança (ES). Durante um trabalho de campo, ele e os estudantes da 8ª série criaram um filtro para purificar a água do Rio Doce.

A ideia era ajudar os moradores atingidos pela lama vazada do rompimento da barragem de Mariana (MG), o maior desastre ambiental do Brasil ocorrido em novembro de 2015. Segundo o professor, os filtros foram levados para a comunidade de Regência (ES), onde muitos ribeirinhos não tinham água potável para usar.

Alunos colhendo amostras no Rio Doce
Alunos colhendo amostras no Rio Doce

“Os alunos choravam muito ouvindo as histórias dos moradores afetados pela lama. Aí não era mais só entender a química, era tentar ajudar a população. Voltamos para a escola transformados”, relembra Wemerson em entrevista à BBC.

O filtro é à base de areia que deixa a água transparente, própria para o uso doméstico e agrícola, tornando-a 75% potável (com base em uma portaria do Ministério da Saúde). A iniciativa, inclusive, participou e ganhou na 19ª edição do prêmio nacional Educador Nota 10, conferindo ao capixaba o título de “Educador do Ano” de 2016.