Professora usa monstros para trabalhar tristeza na sala de aula
Mais do que estar atento ao conteúdo pedagógico e às competências necessárias para que o aluno possa aprender, muitas vezes, o profissional da educação precisa lidar também com as emoções das crianças. Foi o que a professora Izabel Soares de Souza descobriu em seu trabalho com alunos do terceiro ano.
Como ela conta no portal Porvir, no começo do ano, notou que uma das meninas da turma era tímida e chorava muito. Logo, descobriu que o pai daquela aluna havia morrido há pouco tempo. Outra garota da sala enfrentava a mesma situação, por isso Izabel decidiu desenvolver um trabalho que ajudasse as crianças.
Em um evento, conheceu o livro “Tenho monstros na barriga”, de Tonia Casarin, que apresenta monstrinhos para estimular os pequenos a falarem sobre seus sentimentos. No fim, traz um questionário direcionado às crianças. Com base nesse conteúdo, Izabel preparou um projeto para desenvolver com a turma após o recesso escolar.
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Semanalmente, ela apresentava dois monstrinhos e propunha uma atividade. Ela conta:
“Durante uma das aulas, os alunos escreveram em um cartaz o que deixava eles com raiva. Quando ficou pronto, fomos para o ginásio esportivo, e eu dei uma bola para eles. Eles tinham que jogar a bola naquilo que trazia esse sentimento. Eles extravasaram, fizeram isso muito bem e alguns até se emocionaram”.
Com o conteúdo do livro, a professora percebeu que podia trazer outros assuntos à tona, como o bullying. Foi ao longo dessas conversas, aliás, que descobriu que havia mais crianças enfrentando esse tipo de problema do que ela imaginava. No fim, a maioria dos alunos tinha alguma questão que podia ser amparada pelo material do livro.
No final do ano, Izabel convocou os pais para informar sobre o projeto, além de convidá-los a fazer novamente a leitura do livro em casa, para que pudessem ter um momento de troca como havia sido na escola.
De acordo com o relato da educadora, as consequências desse trabalho foram notáveis:
“O projeto só acrescentou para a turma. Pedagogicamente, eu percebi que eles se mostraram mais interessados e começaram a participar mais das aulas. Lidar com os sentimentos dos alunos fez com que eles se sentissem seguros dentro daquele ambiente. Eles perceberam que alguém se interessava pelos problemas deles”.
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