Programa oferta bolsas para inserir negros na advocacia pública

A inscrição é gratuita, voltada para pessoas graduadas ou graduandas em direito de todo o Brasil e pode ser feita até o dia 3 de abril

Já estão abertas as inscrições para o Programa Esperança Garcia, iniciativa conjunta entre Advocacia-Geral da União (AGU), Ministério da Igualdade Racial e Instituto de Referência Negra Peregum que oferece 130 bolsas para pessoas negras em curso preparatório para carreiras da advocacia pública. 

A seleção dos candidatos levará em conta critérios de vulnerabilidade socioeconômica, diversidade de gênero, orientação sexual, população quilombola, pessoas com deficiência e diversidade etária e regional.

Diversas pesquisas apontam desigualdade racial e sub-representação negra em instituições do setor público
Créditos: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Diversas pesquisas apontam desigualdade racial e sub-representação negra em instituições do setor público

A inscrição é gratuita, voltada para pessoas graduadas ou graduandas em direito de todo o Brasil e pode ser feita até o dia 3 de abril. Das 130 vagas disponibilizadas, 30 incluirão um programa de bolsas no valor de R$ 3 mil mensais por um período de três anos.

Programa de bolsas

O curso preparatório oferecerá, além de aulas no formato virtual, monitorias e tutorias para plantão de dúvidas, revisão, correção de exercícios e atualização de conteúdos. 

Além disso, os alunos saberão sobre editais de ingresso na advocacia públicos abertos e previstos ao longo do curso. E também serão aplicados simulados e acompanhamento do desempenho individual nessas atividades.

O curso também incluirá palestras sobre saúde mental, diversidade, enfrentamento ao racismo e autocuidado, além de conteúdos sobre técnica de estudos, organização, memorização, simulados e outros temas.

Todos os participantes receberão mentoria e apoio psicológico para auxílio emocional e também para as provas, concursos e organização de estudos.

O edital completo, com os requisitos e documentação necessária para a inscrição, pode ser acessado no site

Igualdade racial 

Segundo o governo federal, o programa foi pensado a partir do diagnóstico de que o perfil étnico-racial de servidores da advocacia pública não é compatível com a demografia do país. 

Embora na população brasileira negros representem 56% das pessoas, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no âmbito da AGU 44% dos membros são homens brancos, enquanto mulheres negras respondem por apenas 6% do quadro.