Rodrigo Braga leva a natureza para espaço expositivo do Paço das Artes
Árvores derrubadas pelas chuvas e carcaças de carros abandonados dispararam o processo criativo de Abrigo de paisagem/Veículo de passagem, exposição do artista Rodrigo Braga, que o Paço das Artes inaugura no dia 9 de outubro. A curadoria é de Priscila Arantes, diretora artística e curadora da instituição da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. A entrada é Catraca Livre.
A individual de Rodrigo Braga conta com dois trabalhos inéditos desenvolvidos durante a residência no Paço das Artes e vivência na capital paulista: uma instalação e um vídeo. A instalação é composta por uma raiz de uma árvore urbana e motores de carros em desuso e estará entre projeções do vídeo, que tem como base uma ação performática exercida pelo próprio artista ao longo de dois dias.
Esse trabalho –“híbrido de ação performática e vídeo”– exigiu do artista muita concentração, envolvimento e esforço físico tanto para carregar portões de ferro, quanto para quebrar galhos de uma árvore. A ação teve início numa tarde de setembro, numa praça localizada numa rotatória da Cidade Universitária, próximo ao Paço das Artes. Rodrigo Braga chega dirigindo um carro antigo (Voyage, azul), com grades de portões de casa demolidas no teto e estaciona o veículo ao lado de uma árvore de médio porte.
Aos poucos descarrega peça por peça e, com cordas, inicia a amarração dessas grades a partir dos galhos da copa até o chão, no sentido de fazer uma espécie de “casa na árvore”. No interior, amarra lonas plásticas para criar o isolamento entre o dentro e o fora e construir uma espécie de “núcleo de aconchego”, como define o artista. À noite o abrigo fica pronto, Rodrigo entra e passa a noite.