Saiba por que crianças inteligentes não devem usar computadores em sala de aula
Muitos educadores têm debatido sobre o uso e os perigos de se usar computadores nas salas de aula. Professores se queixam de que os notebooks são máquinas de distração, já alunos e defensores da tecnologia dizem que as aulas chatas são as culpadas.
Um estudo em 2003 já havia descoberto que o uso de notebooks tornava mais difícil para os alunos lembrarem o que tinham acabado de aprender na palestra do professor. Outro de 2014 mostrou que os alunos são menos propensos a compreender ideias complexas quando tomam notas em computadores em vez de anotarem com a mão. Ambas as pesquisas diziam respeito à experiências relacionadas à recordação imediata, não ao longo de um semestre, por exemplo.
- A luz solar pode melhorar a qualidade do seu sono? Pois é, pode! Entenda o que acontece com seu corpo
- 72h em Chicago: roteiro com passeios e gastronomia acessível
- Não fazer isso na hora de dormir eleva risco de pressão alta
- Como melhorar a memória com exercícios simples e naturais
Porém, agora, economistas de West Point, nos Estados Unidos, realizaram um experimento que indica como os computadores em sala de aula afetam o aprendizado. A experiência proibiu aleatoriamente, no ano passado, o uso de computadores por alguns grupos de um popular curso de economia em uma academia militar.
De acordo com o estudo, um terço dos alunos usou notebooks ou tablets para tomar notas durante as aulas; um terço usou tabletes, mas somente para pesquisar materiais; e outro terço foi proibido de usar qualquer tecnologia. O resultado apontou que os estudantes que foram autorizados a usar laptops tiveram piores notas no exame final.
Um dos pontos interessantes do estudo é que os alunos mais inteligentes pareciam ter sido os mais prejudicados na experiência. Em vez de usarem os computadores com prudência, eles se tornaram vítimas da tecnologia. Estes alunos podem ter superestimado a capacidade de multitarefa e, talvez, teriam se saído melhor se somente tivessem prestado atenção na aula.
Os pesquisadores Susan Payne Carter, Kyle Greenberg e Michael Walker ainda foram surpreendidos ao descobrir que os grupos que usaram somente os tablets para pesquisa também foram prejudicados. Mesmo que os alunos não usaram os computadores para jogos ou verificação de e-mails, a tecnologia ainda pareceu interferir na aprendizagem.
Em West Point os grupos foram limitados a 18 alunos, de modo que os professores puderam facilmente detectar aqueles que estivessem usando os computadores para distração. Este problema, entretanto, deve ser ainda maior em faculdades onde há muitos estudantes por aula.
Com informações de The Washington Post.
Veja também: