4 causas de dor durante o sexo
A Fisioterapeuta em Uroginecologia e especialista em Vaginismo, Dra. Fernanda Pacheco, te explica mais sobre essas dores que você pode sentir durante o ato, e como evitar.
Hoje vamos falar de sexo… De sexo e de dor durante o sexo. Sim!!! Isso existe e é mais comum do que vocês possam imaginar. Pode parecer que essas duas coisas não se relacionam de forma alguma, mas infelizmente cerca de 20% das mulheres brasileiras sentem dores com frequência, durante o ato sexual. A relação sexual que geralmente é falada e descrita como algo prazeroso, pode ser um verdadeiro tormento na vida de muitas mulheres. As vezes, a dor durante a penetração é tão intensa que impossibilita o sexo.
Não é normal sentir dor durante o sexo! Se isso acontece com você, é sinal de que pode estar acontecendo algum problema de causa psicológica ou orgânica. E o primeiro passo para tentar resolver essa questão é discutir esse problema com o seu ginecologista, ou ainda procurar um fisioterapeuta especializado em uroginecologia.
Depois que o programa Bem Estar (da globo), abordou o tema Vaginismo, tenho recebido em meu consultório muitas mulheres que se identificaram com os sintomas relatados pelo programa. Porém nem sempre a causa de dor durante a penetração é o vaginismo. Vamos falar aqui, de algumas das causas mais comuns de dor durante o sexo.
1. VAGINISMO
Quando é tentada ou prevista uma penetração ocorre uma contração involuntária dos músculos do períneo impedindo ou dificultado o ato sexual. Geralmente essa tentativa de penetração e impossível e vem acompanhada de muita dor. Mulheres que possuem esse problema costumam relatar que parecem sentir uma espécie de bloqueio especificamente na entrada da vagina (tipo uma parede).
Além da dor e da dificuldade ou impossibilidade da penetração, essa mulher pode sentir também muito ardor na entrada da vagina, tremores em pernas e glúteos, calafrios e sudorese. Essa disfunção geralmente acomete as mulheres mais jovens (entre 18 e 30 anos) que possuem fobia (medo) de serem penetradas. Sendo assim, o vaginismo é a maior causa de casamentos não consumados e também uma das causas de infertilidade. Triste não e mesmo? A boa notícia é que uma vez diagnosticado e iniciado a terapia psicologia e a fisioterapia especializada, a cura é rápida e em 100% dos casos. Legal né?? Eu tenho o maior orgulho de dizer que já ajudei centenas de meninas a ficarem curadas dessa disfunção.
2. DISPAREUNIA
Se o vaginismo acomete geralmente mulheres mais jovens, a dispareunia é mais frequente em mulheres que enfrentam a menopausa (acima dos 45 anos). Sabemos que alguns anos após a menopausa, a deficiência de estrogênio (hormônio feminino) pode gerar alterações na pele e na mucosa vaginal. A vagina perde a sua elasticidade e torna-se mais ressecada. Isso já e suficiente para deixar o sexo bastante incomodo ou doloroso.
Nessa situação, não só o início da penetração torna-se difícil e doloroso, como também no decorrer dos movimentos sexuais. A mulher com dispareunia costuma queixar-se de sentir atrito durante o movimento de “vai e vem”. Muitas vezes o uso de lubrificante vaginal não é suficiente para evitar esse atrito. Os médicos ginecologistas costumam encaminhar frequentemente essas pacientes para a fisioterapia uroginecológica com a finalidade de melhorar a qualidade da mucosa vaginal, do tônus da musculatura perineal e consequentemente da lubrificação vaginal. Saiba mais sobre fortalecimento do períneo, clicando aqui.
É necessário excluir outras causas de dispareunia, são elas a endometriose, cistite intersticial, constipação intestinal crônica, pólipos em colo de útero ou vagina etc. Mantenha seu exame ginecológico em dia!
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