Adolescente organiza protesto contra o uso obrigatório de sutiã

Kaitlyn Juvik começou o movimento “No Bra, No Problem” após levar uma bronca na sua escola

O sutiã é um velho inimigo das mulheres. Mas Kaitlyn Juvik, estudante do ensino médio de uma escola em Montana, nos Estados Unidos, nunca imaginaria que se livrar dessa roupa de baixo lhe causaria tanto problema. A menina foi levou uma bronca do seu vice-diretor por ir sem sutiã à aula – e ficou tão inconformada com isso que criou o movimento “No Bra, No Problem”, ou “Sem Sutiã, Sem Problemas”.

“Eu me senti envergonhada. Quase violada”, disse Kaitlyn ao site do The Guardian sobre o episódio com o vice-diretor. O homem disse que ela deveria se cobrir ou colocar um sutiã, porque ficar sem nada deixaria os professores e estudantes homens da escola “desconfortáveis”. Após a jovem contar sobre a situação nas redes sociais, muitas pessoas ficaram enfurecidas e entraram em contato com ela. Foi aí que ela decidiu organizar um “dia sem sutiã” no seu colégio.

“Isso era sobre igualdade de gênero, para ensinar às pessoas que elas não devem sexualizar o corpo das mulheres. Sempre pedem a nós para fazermos coisas para deixar os homens mais confortáveis. Se meus seios deixam você desconfortável, então por que você está me olhando dessa forma?”, Kaitlyn afirmou ao The Guardian. No dia em que ela e outras garotas foram à escola sem sutiã, a estudante foi chamada à diretoria quatro vezes. O diretor até pediu a ela que excluísse a sua página-protesto, “No Bra, No Problem“, do Facebook, porque ela era uma “distração” para os estudos dos outros.

Porém, Kaitlyn não esperava que seu movimento teria tanta repercussão. A mídia local foi até a escola no “dia sem sutiã”, e jornalistas de outros países também entraram em contato com ela para falar sobre o caso. “Não quero mais me focar apenas no sutiã”, avisa a jovem, que mantém a “No Bra, No Problem” no ar, “tudo isso começou comigo, mas não é sobre mim. É sobre mulheres em todos os lugares serem capazes de se sentirem confortáveis com seus próprios corpos”.