Advogada de Linn da Quebrada presta queixa após sister sofrer transfobia
Linn da Quebrada foi chamada de 'troço' no programa "Tarja Preta FM", podcast apresentado por Robert Kifer, Arthur Petry, Bianca e Kaio D’Elaqua
A advogada de Linn da Quebrada, participante do “BBB 22”, prestará queixa na polícia pelo crime de transfobia cometido contra a sister durante um programa em um podcast no YouTube, segundo informou a equipe da cantora.
“A advogada de Linn da Quebrada, Juliana Souza, registrará, às 15h desta sexta-feira, dia 25, na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), em São Paulo, boletim de ocorrência em defesa à artista. São, pelo menos, três crimes de transfobia tendo a Linn como vítima, presentes em um link de um programa do youtube e ataques que foram reportados à equipe da Linn por meio da rede social ou por email”, informa o comunicado.
“Eu acho que tem que parar de chamar travesti de ela. Começa a chamar de ‘troço’ que aí ninguém vai reclamar. Se alguém me chamasse de ele, eu só iria falar assim: ‘Não, eu não sou ele’”, disse Bianca. “Nossa, mas o ‘troço’ fica bravo lá (no BBB). Fica bravo, né?”, completou ela.
Os apresentadores falam sobre Linn ter o pronome “ELA” tatuado no rosto: “E aquele troço lá ainda tem ‘ELA’ tatuada na ‘cara’. Acho que deveria ser ainda mais centralizado no rosto porque mesmo assim alguém ainda errou”, diz um dos apresentadores.
“Se algum traveco, alguns trans ouvindo esse programa aqui, liga pra gente. Eu entendo que não é legal, mas talvez a pessoa não goste muito. Mas queria entender mais e queria que uma ‘trava’ ligasse aqui”, finalizou Bia.
Homofobia é crime
Em 2019, Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que declarações homofóbicas e transfóbicas podem ser enquadradas no crime de racismo; pena é de 1 a 3 anos, podendo chegar a 5 em casos mais graves.
A criminalização da homofobia e transfobia prevê que:
- “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito” em razão da orientação sexual da pessoa poderá ser considerado crime;
- a pena será de um a três anos, além de multa;
- se houver divulgação ampla de ato homofóbico em meios de comunicação, como publicação em rede social, a pena será de dois a cinco anos, além de multa;
- e a aplicação da pena de racismo valerá até o Congresso Nacional aprovar uma lei sobre o tema.
Saiba aqui como fazer para não praticar transfobia e respeitar a identidade trans.