Apresentador da Record critica clínica que prometia ‘cura gay’
Matheus Ribeiro mostrou sua indignação ao local que cobrava R$ 29.999 para realizar tratamento de reversão da sexualidade, proibida no país
Nesta última terça-feira, 10, o apresentador da Record no Distrito Federal, Matheus Ribeiro, criticou veemente uma clínica local exibida numa reportagem da emissora. O lugar cobrava R$ 29.999 para realizar tratamento de reversão da sexualidade, mais conhecido como a “cura gay”, proibida no Brasil.
No site, a clínica Hipnoticus promete “garantia vitalícia de resultados” contra “depressão, vícios e homossexualismo”. O hipnoterapeuta Gabriel Henrique de Azevêdo Veloso, proprietário do estabelecimento, teve que prestar depoimento na Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual. Ele disse que as pessoas que o procuram “estão sofrendo por serem homossexuais”.
O termo homossexualismo, usado por Veloso, foi erradicado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) há 30 anos, em 1990, quando deixou de considerar a homossexualidade um transtorno mental. O sufixo “ismo” da palavra carregava um peso porque é diretamente associado a doenças.
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“Em 17 de maio de 1990, a Organização Mundial da Saúde deixou de considerar o amor entre duas pessoas do mesmo sexo uma doença. Trinta anos se passaram, e hoje, acredite, elas até sem casam. Portanto, só faz sentido a gente falar em cura para uma coisa: a cura do preconceito”, comentou Matheus Ribeiro.
Matheus Ribeiro ficou conhecido nacionalmente quando trabalhava na TV Anhanguera, afiliada da Globo em Goiás. Em 2019, às vésperas de assumir a bancada do Jornal Nacional por um dia, ele abriu para o o público seu namoro com o policial militar Yuri Piazzarollo. Ele foi o primeiro âncora abertamente gay na história telejornal.