Artistas na CCXP mostram a força e variedade das HQs do nordeste
Com a estreia de uma Comic Con Experience em Recife, o nordeste prova que está no mapa de eventos da cultura pop. Mas entre os anúncios de novidades dos estúdios e os action figures, o evento teve também a importância de colocar os holofotes na riquíssima produção de quadrinhos de artistas do nordeste. Ou melhor, dos nordestes.
“O nordeste de Salvador é completamente diferente do do Piauí,” disse o quadrinista Shiko em um painel na CCXP sobre a produção de HQs na região. “As referências e os dialetos mudam completamente, muito além do ‘sotaque Globo’ nas novelas que retrata tudo igual.”
Junto dos quadrinistas Thony Silas e Ed Benes, ele discutiu como muitas vezes os próprios artistas do nordeste são enquadrados em estereótipos sobre como deve ser os quadrinhos da região.
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“Em um evento de graffiti em Belo Horizonte eu decidi pintar uma gueixa,” disse Shiko. “E um artista me disse: ‘Gueixa? Você é da Paraíba, por que não faz um cangaceiro?’ Eu respondi, ‘ora você é paulista e eu não falo que precisa fazer um bandeirante’. Espera-se que a arte do nordeste precisa ser folclórica, histórica ou do cangaço, e isso não é verdade. É bom ser nordestino, mas eu não preciso dizer isso todo dia e toda hora.”
O artista conta que sua cabeça para as possibilidades artísticas explodiram quando descobriu as HQs do pernambucano Watson Portela. “Ele misturava um traço europeu meio Moebius e cyberpunk com elementos nordestinos. E isso ajudou a mudar a minha forma de pensar. Eu percebi que não precisava negar o sertão para ser universal.”
E, de fato, se tem uma coisa que a variedade de artistas nordestinos na CCXP Tour mostra é que não existe um tema único entre eles. Cada um com seu ‘sotaque’ artístico, os artistas nordestinos tratam no final de qualquer tema que os nordestinos quiserem. Veja abaixo alguns deles.