As ilhas onde o Tinder não serve muito para começar um namoro

Em uma cidade grande, como São Paulo ou Rio de Janeiro, o que não faltam são opções de crushes no Tinder. Vários e vários e vários desconhecidos para arrastar para a direita ou para a esquerda. Se um encontro não der certo, dificilmente você encontrará aquela pessoa de novo na rua. Uma realidade totalmente diferente das Ilhas Shetland.

O arquipélago a cerca de 500km do norte da Escócia tem uma população de apenas 23 mil habitantes (para fins comparativos: São Paulo tem 12,04 milhões, enquanto o Rio de Janeiro tem 6,49 milhões). Usar o Tinder é encontrar todos os seus conhecidos: vizinhos, ex-colegas de classe, parentes, colegas de trabalho, amigos de amigos. Parece mais uma rede social como o Facebook do que um aplicativo de namoro.

View this post on Instagram

HAPPY MONDAY! ?

A post shared by Tinder (@tinder) on

A questão é que os habitantes das Ilhas Shetland realmente deram um novo uso à ferramenta de relacionamento. Marjolein Robertson, que passou a vida inteira no arquipélago, explicou ao site Mashable: “como a maioria das pessoas aqui, eu tenho o Tinder para ver quem mais está no Tinder. Não acho que estamos usando [o aplicativo] direito”.

Segundo ela, as pessoas por lá nunca dão uma curtida a ninguém no Tinder. Elas só ficam observando quem mais está à procura de um novo amor. Acontece que até casais usam o aplicativo; tudo pelo mesmo motivo. Por isso, ver alguém comprometido na ferramenta não é um sinal de traição. “Aqui, isso quer dizer qualquer coisa. É uma comunidade tão pequena que trair é difícil. Todos nós nos conhecemos, reconhecemos os carros uns dos outros”, explica Simon, outro morador do arquipélago. Para ele – e muitas outros conhecidos dele -, o Tinder é uma ótima forma de descobrir se há novas pessoas em Shetland.

Embora não seja impossível encontrar um novo amor usando o Tinder nas Ilhas Shetland, sexo casual é algo que se costuma evitar. “Acho que com a forma como as notícias correm aqui, se você usasse o Tinder para alguns poucos encontros, as pessoas começariam a falar sobre isso ou algo assim”, considera Matthew Simpson.