Ativista corrige Hugo Gloss após ele chamar autista de ‘anjo’
"Anjos não precisam de políticas públicas de saúde, de inclusão escolar, de assistência social, de empregabilidade. Anjos não têm vida sexual", enfatiza
A ativista, jornalista e escritora Andrea Werner publicou nesta quinta-feira, 21, uma carta aberta para Hugo Gloss. Isso porque o jornalista teria chamado uma pessoa com autismo de “anjo”. Inicialmente, talvez não seja fácil identificar o equívoco nesta ação, mas ela pode ser considerada capacistista. Assim como explica Werner, apesar de parecer de bom grado, a palavra “anjo”, assim como outros que infantilizam as pessoas, desumaniza aqueles que vivem no espectro.
“Te sigo e te curto muito. Queria só te dar um toque, com carinho mesmo. Chamar autistas de anjos não é bacana. Desumaniza. Sei que parece bonitinho e carinhoso, mas atrapalha na luta por cidadania e direitos. Autistas querem ser vistos como cidadãos”, escreveu a ativista no Twitter.
Para explicar o “puxão de orelha”, a jornalista ainda exemplificou o motivo de não infantilizar pessoas com autismo ou com deficiência.
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“Anjos não precisam de políticas públicas de saúde, de inclusão escolar, de assistência social, de empregabilidade. Anjos não têm vida sexual. Em resumo: anjo não é gente. Historicamente, desumanizar pessoas – mesmo que de forma bonitinha – nunca deu muito certo”, finalizou.