BBB20: Petrix Barbosa vai à delegacia depor sobre casos de assédio
"Neste caso, independentemente da manifestação de vontade da vítima, o estado tem que agir", afirmou a delegada
O ex-participante do Big Brother Brasil 20 (BBB20), Petrix Barbosa foi à delegacia depor sobre os casos de assédio dentro do reality show da TV Globo, nesta sexta-feira, 7, na Delegacia de Amparo à Mulher de Jacarepaguá, Zona Norte do Rio de Janeiro. Com informações do portal ‘UOL’. Nem o ginasta, nem seu advogado falaram com a imprensa presente no local na hora da chegada do ex-BBB.
Segundo a delegada titular Gisele do Espírito Santo, quem conduzirá o caso é a delegada Catarina Noble. “A Polícia Civil tomou ciência com os vídeos que estão circulando na mídia para a polícia instaurar um procedimento para apurar. Pelas imagens, é importunação sexual, que significa apalpar o corpo, esfregar as partes íntimas, sem violência. Tem pena de um a cinco anos de reclusão”, explicou ao UOL.
A delegada explicou ao portal que, do ponto de vista jurídico, Bianca ter dito à produção do BBB que não se sentiu assediada por Petrix não tem grande valia.
“Neste caso, independentemente da manifestação de vontade da vítima, o estado tem que agir. Temos que colher os depoimentos das meninas ainda. Elas terão que sair da casa. Ainda vai ser decidido se esperaremos que elas saiam do BBB. Caso seja averiguado o crime de importunação sexual, será encaminhado para o Ministério Público e deve demorar em torno de 30 dias para se ter uma conclusão”, afirmou Gisele.
Petrix estava abalado com a repercussão das suas atitudes fora da casa do Big Brother Brasil., contou a delegada. “Ele está muito assustado com o rumo da história. Ele falou sob a orientação do advogado e agora precisamos ouvir as meninas, disse Gisele”.
O ginasta foi eliminado do BBB20 num paredão quádruplo, com 80,27% dos votos. Petrix, na primeira festa, chacoalhou Bianca Andrade (Camarote) pelos seios, em outro momento ele deu uma sarrada na sister. Depois dançou com suas partes íntimas na cabeça de Flayslane, o que também gerou acusações de assédio por parte do público.
Essas atitudes fizeram com que a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM) de Jacarepaguá, Zona Norte do Rio de Janeiro chamasse o ginasta para depor. A intimação foi entregue para a Globo na segunda-feira, 3. Ele deixou o programa, na terça-feira, 4, e foi a delegacia prestar depoimento nesta sexta.
A casa do Big Brother Brasil já foi palco de situações de machismo. No vídeo abaixo, a Catraca Livre relembra alguma delas:
Como denunciar assédio
O suposto assédio no Big Brother Brasil gerou um debate nas redes sociais sobre os muitos casos em que mulheres são vítimas de toques sem consentimento, principalmente quando estão bêbadas. Se você passou por uma situação como esta, é possível denunciar. Veja como:
O que fazer caso eu seja vítima de um assédio?
- Peça ajuda a quem estiver por perto e acione policiais que estiverem no local. Depois, registre um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima. Casos assim não podem ser registrados por boletim de ocorrência online;
- Guarde todas as informações que conseguir referentes ao assédio: anote o dia, horário e local, nome e contato de testemunhas, características do agressor, tire fotos, filme etc. Verifique também se há câmeras no local do crime, pois, a partir disso, as imagens poderão ser solicitadas. Quando fizer o boletim de ocorrência ou qualquer outro tipo de denúncia, é importante levar o maior número de provas do ocorrido. Isso inclui vídeos e fotos no celular, testemunhas, conversas em redes sociais, entre outras. As autoridades policiais precisam de material para conduzir a investigação e a depender do caso, repassar para o Ministério Público. Muitos casos não seguem por falta de provas ou falta de indícios de quem é o autor;
- Infelizmente, é comum o uso de drogas como “Boa Noite Cinderela” e outras para que a vítima fique sonolenta e mais suscetível ao estupro. Caso o abuso tenha ocorrido através desta prática, é importante que a vítima faça o Exame Toxicológico (através de exame de sangue e urina) em no máximo 5 dias após a ingestão. O ideal é realizar o exame o quanto antes possível;
- Você pode fazer uma denúncia pelos telefones da Polícia Militar (190) e do Disque 180;
- É importante ressaltar que a autoridade policial não pode se recusar a registrar a ocorrência. Infelizmente, há casos em que a autoridade policial tenta dissuadir a vítima de fazer o boletim. Caso isso aconteça, registre uma reclamação na ouvidoria do órgão em que ocorreu a recusa. Sendo ineficaz, procure o Ministério Público local para denunciar a recusa e o crime.
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