Britânico com doença rara desafia preconceitos e se torna fisioculturista

Quando o britânico Blake Backford, 33 anos, foi diagnosticado com colite ulcerativa – um tipo de doença inflamatória intestinal (DII) que afeta o revestimento do intestino grosso (cólon) e o reto, em 2003, a notícia não só afetou a sua maneira de viver como, também, um sonho profissional.

No dia em que descobriu a doença, Blackford estava há meses se preparando para participar de uma competição de fisiculturismo. Sem desistir do sonho, durante 10 anos, o também personal trainer consultou vários médicos e tentou tratar a doença com diferentes medicamentos.

Mas as condições da  colite ulcerativa  o deixavam extremamente cansado, além da necessidade de precisar ir ao banheiro cerca de 20 vezes ao dia.  Obrigado a desistir de seu treinamento rigoroso, que incluía sessões de duas horas de academia, seis dias por semana, o sonho de se tornar fisiculturista estava cada vez mais com obstáculos, mas longe de ser inatingível.

Em outubro de 2013, sua saúde se deteriorou tanto, que ele necessitou de uma intervenção cirúrgica. Com a remoção total de seu cólon, os médicos realizaram a ileostomia – uma abertura artificial no intestino delgado para que uma bolsa de ileostomia (um contêiner externo conectado ao aparelho digestivo para recolher os dejetos corporais) pudesse ser colocada, a fim de facilitar a vida de Blackford.

Porém, devido as condições de saúde do britânico, as restrições com relação a exercícios físicos em excesso ainda eram parte da receita feita pelos médicos. “Eles me disseram que o treinamento para se tornar um ‘modelo físico’ seria improvável”, revelou em entrevista ao The Daily Mail.

Mas, determinado a provar que os médicos estavam errados, Blackford começou o seu treinamento intensivo em janeiro deste ano. Após seis meses, superando todas as expectativas e delimitações da doença, ele apareceu na capa da revista britânica “Men’s Fitness”, dedicada a expor dicas de saúde e corpo para homens.

Agora, Blackford espera conscientizar e inspirar pessoas que sofrem da mesma doença que ele, a terem mais confiança sobre seus corpos, mesmo utilizando bolsas de ileostomia  

“Estou determinado a mostrar para a sociedade que ter uma bolsa, não muda quem você é. Não significa que você não seja normal. Você pode atingir qualquer coisa que quiser fazer, pode ser bonito e viver uma vida normal”, disse na entrevista. 

O próximo passo de Blackford é participar de sua primeira competição de fisiculturismo, a Miami Pro UK Championships, na cidade de St Albans, Inglaterra, em outubro.

Veja Bethany Townsend, a modelo que desafiou o preconceito acerca da doença ao tirar fotos com a mesma bolsa utilizada por Blackford e postar nas redes sociais:

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