Bruno constrange Flávia Vianna com comentários machistas em live

Sertanejo chegou a perguntar se ela sabia quem era o pai da criança que ela espera

O cantor Bruno, da dupla sertaneja com Marrone, deixou internautas revoltados com as piadas machistas que constrangeram Flávia Viana, a ex-BBB e campeã de “A Fazenda”, em 2018.

O caso ocorreu noite do último sábado, 4, durante o evento “BBQMix em Casa”, transmitido ao vivo pela internet.

Cantor Bruno chegou a perguntar se Flávia Viana sabia quem era o pai da criança que ela espera
Créditos: Reprodução/Instagram
Cantor Bruno chegou a perguntar se Flávia Viana sabia quem era o pai da criança que ela espera

Grávida de seis meses, Flávia apresentava a live quando surpreendida pelo cantor sertanejo, que perguntou ao vivo se ela “conhecia o marido, o pai do menino”.

Visivelmente constrangida, a ex-BBB tentou se esquivar e se dirigiu ao marido Marcelo Zangrandi. “Menino, você está ficando maluco? Marcelo, vou te falar um negócio: é abusado o menino!”, disse se referindo ao cantor Bruno.

Mas o sertanejo insistiu no assunto. “Hoje é bem normal as pessoas não conhecerem [o pai de seus filhos]. Fiquei sabendo de alguns DNA aí que a pessoa fez uns 10 ou 15 para saber quem é. Não tô falando de você, pelo amor de Deus.”

Desabafo de Flávia Vianna

Ontem, Flávia Vianna usou as redes sociais para desabafar. Ela afirmou que ficou “desconfortável” com a atitude machista do cantor Bruno.

“Eu sou muito fã do Bruno e Marrone, admiro o trabalho, amo as músicas, mas, sim, foi desconfortável e, sim, fiquei constrangida”, afirmou.

“Conheço o pai do meu filho, não precisei fazer 15 DNAs para saber quem é o pai. Tenho uma filha incrível —de pai diferente— e se querem abordar esse assunto, que seja sem piada, porque não é uma piada.”

Bruno acusado de assédio

Nas redes sociais, internautas apontaram que o cantor Bruno teria tentado assediar Flavia ao se encostar na apresentadora.

‘É barriga com barriga. Os órgãos sexuais não se encostam, a barriga não vai deixar”, disse o cantor sertanejo. “Mas não vai encostar mesmo, você não está entendendo”, rebateu Flávia.

“Deixo aqui meu respeito ao Bruno, a sua mulher e sua família, no fim da live ele se desculpou, acredito que viu que exagerou, continuo admirando muito p seu trabalho e espero que isso sirva para que tanto ele quanto as pessoas reflitam sobre as palavras. A palavra lançada não volta e pode, sim, constranger, machucar”, disse Flávia.

O cantor Bruno também se manifestou pelas redes sociais neste domingo e criticou a repercussão do caso .

“A gente não pode falar nada, brincar com nada. As pessoas interpretam para o outro lado, o lado negativo. Não falei nada, só brinquei com ela”, disse o cantor no stories.

Bruno se desculpou com Flávia: “Desculpa Flavinha, não queria magoar você, não. Nem sua família, nem seu filho. Também tem um filho, de 25 anos, de outra mãe que amo demais, respeito todo mundo! Não fiz de maldade, era uma brincadeira ali só. Nem sei o que fiz, se ofendi foi totalmente diferente”.

Veja como denunciar:

A culpa do assédio sexual ou estupro nunca é da vítima
Créditos: Lucas Rodrigues / Catraca Livre
A culpa do assédio sexual ou estupro nunca é da vítima

Atenção: A culpa NUNCA é da vítima!

Insinuar que a culpa da violência sofrida pode ser da própria vítima faz com que muitas mulheres não busquem ajuda por medo de serem culpabilizadas. Além disso, tais afirmações diminuem a responsabilidade do agressor, como se ele fosse incapaz de controlar seu próprio comportamento.

Como agir em caso de assédio sexual

O que fazer caso eu presencie um assédio?

  • Apoie a vítima e a auxilie a realizar a denúncia junto aos canais oficiais;
  • Ofereça-se como testemunha, caso você tenha testemunhado os fatos. Lembre-se: a omissão também ajuda a perpetuar a violência, pois cria uma ideia de que há uma tolerância generalizada a elas;
  • Como denunciar? Qualquer assédio contra a mulher pode ser denunciada pelo número 180. A denúncia pode ser feita de forma anônima e é importante fornecer a maior quantidade de informações possíveis para que haja material suficiente para uma investigação e possível responsabilização do agressor. O fato da denúncia ter sido feita pelo 180 não impede que a vítima vá até uma delegacia fazer um boletim de ocorrência também;
  • Caso esteja diante de uma conduta ocorrendo naquele momento, faça registros (fotografe/filme) e ligue para a autoridade policial. Isso pode permitir que a conduta seja pega em flagrante facilitando a denúncia para as autoridades;
  • Se a pessoa estiver em situação de vulnerabilidade, como, por exemplo, em razão de embriaguez, ela pode não ter consciência do que está acontecendo, ofereça ajuda garantindo a segurança da mesma, pois, infelizmente, muitos casos de assédio e até de estupro ocorrem nessas circunstâncias, o que são elementos levados em conta no processo pois podem aumentar a pena do agressor. Em casos assim, ela não tem condições de consentir ou não. Regra de ouro: a pessoa só pode ter consentido se ela tiver condições para isso e sexo sem consentimento é estupro;
  • Em casos de violência contra criança e adolescentes a denúncia pode ser feita no conselho tutelar, no Ministério Público e/ou na Delegacia da Infância e da Juventude (se não houver delegacia especializada, busque uma delegacia normal).

O que fazer caso eu seja vítima de um assédio?

  • Peça ajuda a quem estiver por perto e acione policiais que estiverem no local. Depois, registre um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima. Casos assim não podem ser registrados por boletim de ocorrência online;
  • Guarde todas as informações que conseguir referentes ao assédio: anote o dia, horário e local, nome e contato de testemunhas, características do agressor, tire fotos, filme etc. Verifique também se há câmeras no local do crime, pois, a partir disso, as imagens poderão ser solicitadas. Quando fizer o boletim de ocorrência ou qualquer outro tipo de denúncia, é importante levar o maior número de provas do ocorrido. Isso inclui vídeos e fotos no celular, testemunhas, conversas em redes sociais, entre outras. As autoridades policiais precisam de material para conduzir a investigação e a depender do caso, repassar para o Ministério Público. Muitos casos não seguem por falta de provas ou falta de indícios de quem é o autor;
  • Infelizmente, é comum o uso de drogas como “Boa Noite Cinderela” e outras para que a vítima fique sonolenta e mais suscetível ao estupro. Caso o abuso tenha ocorrido através desta prática, é importante que a vítima faça o Exame Toxicológico (através de exame de sangue e urina) em no máximo 5 dias após a ingestão. O ideal é realizar o exame o quanto antes possível;
  • Você pode fazer uma denúncia pelos telefones da Polícia Militar (190) e do Disque 180;
  • É importante ressaltar que a autoridade policial não pode se recusar a registrar a ocorrência. Infelizmente, há casos em que a autoridade policial tenta dissuadir a vítima de fazer o boletim. Caso isso aconteça, registre uma reclamação na ouvidoria do órgão em que ocorreu a recusa. Sendo ineficaz, procure o Ministério Público local para denunciar a recusa e o crime.