Carlos Alberto chora ao relembrar amizade com Jô Soares
"Eu chorei a morte do maior gênio que surgiu na televisão brasileira", disse ele
Carlos Alberto de Nóbrega, que já atuou ao lado de Jô Soares, chorou ao relembrar da amizade que teve com o apresentador. No Instagram, Nóbrega homenageou Jô após a morte do artista na última sexta-feira, 5.
O humorista explicou o motivo de ter negado dar entrevista sobre a morte do amigo: “Quero que vocês entendam uma coisa: eu fiz uma troca, eu troquei as dezenas de pedido de entrevista pelo silêncio. Eu queria que o meu choro fosse só meu, porque a vida não é só o sucesso, não é só o dinheiro, é o que a gente planta, são as amizades que a gente tem”, começou.
Com a voz embargada, Carlos continuou e elogiou Jô: “Eu chorei a morte do maior gênio que surgiu na televisão brasileira. Não conheci ninguém mais culto do que o Jô. Não conheci”.
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Ele disse que se permitiu chorar a morte do artista. “Eu chorei o amigo, eu chorei que me lembrei de quando nós compramos um carro, e o carro do Jô pegou fogo e o meu veio quebrado”.
Nóbrega, então, relembrou de episódios da amizade de anos: “Nós tínhamos 20 e poucos anos e falei: ‘Jô, vou devolver esse carro e se ele não aceitar eu vou dar uma surra nesse cara’. E sabe o que o Jô falou? ‘Sabe o que eu vou fazer, como eu não sei brigar, eu vou sentar em cima dele’, ele tinha 150 quilos naquela época”.
E continuou: “Eu chorei pela ditadura, que não permitia que se lessem determinados livros que eles queimavam. E várias vezes eu estava na casa do Jô, telefonava, ‘olha os homens estão procurando livros’, eu tinha um carro com porta-malas grande, eu coloca os livros, no meu caro, que ficava na porta levava meu carro pro estacionamento. Dias depois trazia os livros de volta. Chorei coisas que a televisão nunca viu. A simplicidade, o respeito que o gênio tinha por um redator que estava começando. Nós nunca disputamos uma liderança”.
Por fim, ele falou que a vida o separou uma vez, mas eles encontraram uma forma de trabalharem juntos, de novo: “Só que a vida nos separou. Na Globo, quando eu não tinha mais o lugar que eu achava que eu deveria ter nos Trapalhões, eu fui pedir para trabalhar com ele, mas não me deixaram. Eu saí e vim pro Silvio Santos. Uma das primeiras coisas que eu fiz quando assumi a direção artística foi chamar o Jô para trabalhar comigo, ‘Você teria coragem de ir trabalhar no SBT?’ Ele falou ‘o dinheiro do Silvio é igual o do Roberto Marinho, se ele me der uma chance de fazer uma entrevista’. Nunca falei isso para ninguém”.