Carmo Dalla Vecchia denuncia homofobia após vídeo com filho

Mulher atacou o ator pela forma como conversa com filho de 2 anos sobre o fato dele ter dois pais

05/10/2022 16:02

O ator Carmo Dalla Vecchia usou as redes sociais nesta quarta-feira, 5, para expor caso de homofobia. O global publicou a foto de um comentário deixado por uma seguidora.

Na mensagem, a mulher criticava a forma como Carmo Dalla Vecchia conversa com seu filho Pedro, de 2 anos, sobre o fato dele ter dois pais. O ator é casado com o escritor João Emanuel Carneiro.

Carmo Dalla Vecchia apresenta filho na web após homenagear marido na TV
Carmo Dalla Vecchia apresenta filho na web após homenagear marido na TV - Reprodução/Instagram @carmodallavecchia

“Normalizar para a criança que ela tem dois pais ou duas mães é uma forma de impor a ela o que o adulto acredita que é certo […] digam que escolheram parceiros e parceiras que contrariam a lei natural da ciência mas que são felizes fazendo essa escolha pois escolheram priorizar seus próprios interesses”, escreveu a mulher.

Carmo Dalla Vecchia respondeu o comentário homofóbico, sugerindo que outros que outros seguidores fizessem o mesmo.

“Alguém gostaria de respondê-la nos meus comentários? Faria isso eu mesmo se não tivesse trabalhando tanto e o tempo que sobra é do meu filho, que e amado não somente por DOIS PAPAIS mas por muitas e muitas outras pessoas! Vou marca-la no meu post. Fiquem a vontade! PS: o melhor é o ❤️ no final da mensagem. Alguém me explica?”, escreveu o ator.

O ator ainda explicou o porque de ter exposto publicamente a seguidora: “Eu geralmente protejo o nome das pessoas que me me mandam directs. Mas essa pessoa me mandou esse comentário para que qualquer um pudesse ver sem preocupação nenhuma com anonimato”.

O ataque ocorreu após o ator publicar um vídeo em que aparece conversando com o filho. Na inagem, os dois falavam sobre diversos assuntos, como veganismo e o fato da criança ter dois pais. No começo do vídeo, o ator pergunta a Pedro: “Quantos papais você tem?” E a criança responde: “Dois”. “Tudo isso? Que bacana. Eu acho legal”, emenda Carmo.

Homofobia é crime!

Em junho de 2019, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o crime de homofobia deve ser equiparado ao de racismo. Os magistrados entenderam que houve omissão inconstitucional do Congresso Nacional por não editar lei que criminalize atos de homofobia e de transfobia. Por isso, coube ao Supremo aplicar a lei do racismo para preencher esse espaço.

Em alguns casos, a discriminação pode ser discreta e sutil, como negar-se a prestar serviços
Em alguns casos, a discriminação pode ser discreta e sutil, como negar-se a prestar serviços - Getty Images

Como denunciar pela internet

Em casos de homofobia em páginas da internet ou em redes sociais, é necessário que o usuário acesse o portal da Safernet e escolha o motivo da denúncia.

Feito isso, o próximo passo é enviar o link do site em que o crime foi cometido e resumir a denúncia. Aproveite e tire prints da tela para que você possa comprovar o crime. Depois disso, é gerado um número de protocolo para acompanhar o processo.

Há aplicativos que também auxiliam na denúncia de casos de homofobia. O Todxs é o primeiro aplicativo brasileiro que compila informações sobre a comunidade, como mapa da LGBTfobia, consulta de organizações de proteção e de leis que defendem a comunidade LGBT.

Há muitas formas de denunciar homofobia no Brasil
Há muitas formas de denunciar homofobia no Brasil - iStock/@Massonstock

Pelo aplicativo também é possível fazer denúncias de casos de homofobia e transfobia, além de avaliar o atendimento policial. A startup possui parceria com o Ministério da Transparência-Controladoria Geral da União (CGU), órgão de fiscalização do Governo Federal, onde as denúncias contribuem para a construção de políticas públicas.

Com a criminalização aprovada pelo STF, o aplicativo Oi Advogado, pensado para conectar pessoas a advogados, por exemplo, criou uma funcionalidade que ajuda a localizar especialistas para denunciar crimes de homofobia.

Delegacias

Toda delegacia tem o dever de atender as vítimas de homofobia e de buscar por justiça. Nesses casos, é necessário registrar um Boletim de Ocorrência e buscar a ajuda de possíveis testemunhas na luta judicial a ser iniciada.

As denúncias podem ser feitas também pelo 190 (número da Polícia Militar) e pelo Disque 100 (Departamento de Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos).