Conheça 10 personagens transgênero em seriados
“Com quantas pessoas trans você trabalha/estuda/convive?”
Essa é uma pergunta que, para a maioria das pessoas, a resposta é “nenhuma”. A razão dessa resposta é algo sobre o qual deve-se refletir.
A causa LGBTQ, cada vez mais, ganha espaço nas pautas sociais e, consequentemente, na televisão. Contudo, apesar desse ganho, o caminho à frente ainda é longo, especialmente para as pessoas transsexuais, que são invisibilizadas e silenciadas, ainda mais do que gays e lésbicas, em todos os âmbitos da sociedade – inclusive, muitas vezes, dentro dos movimentos que clamam defender os seus direitos. Além do silenciamento, existe a transfobia e, apesar de, atualmente, ser crime no Brasil (qualifica-se como crime de homofobia), ainda somos o país que mais mata pessoas transsexuais e transgêneras no mundo.
Em face a essas dificuldades, temos diversos grupos sociais que lutam pelos direitos de pessoas transgêneras e o assunto, apesar de ainda ser discutido apenas por grupos seletos, vem ganhando espaço em discussões através de Youtubers e, também, de algumas atrações televisivas que buscam retratar – mesmo que, muitas vezes, de forma superficial – a questão trans. Para comemorar o Dia da Visibilidade Trans, nós reunimos aqui alguns personagens trans que fizeram e fazem parte da trama de algumas séries de TV, como Orange is The New Black e Transparent, porque esse dia precisa ser lembrado – e o assunto precisa ser tratado, como já fizemos na Pixel TV anteriormente.
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Linda Murkland (All That Glitters), por Carol Cadinelli
All That Glitters foi a primeira produção televisiva, nos Estados Unidos, a trazer uma personagem transsexual. A novela, exibida em 1977, contava a rotina da multinacional Globatron, fazendo uma sátira onde os papeis de gênero eram invertidos, existindo uma dominação feminina e a objetificação dos homens. Na história, as executivas da Globatron precisam de uma modelo para sua nova campanha, e essa modelo é Linda Murkland, uma mulher trans.
Linda é representada por Linda Grey, uma mulher cisgênera. Contudo, por ter sido a primeira representação de uma pessoa transsexual na televisão, tem grande importância na questão da visibilidade trans.
Sophia Burset (Orange Is The New Black), por Carol Cadinelli
Sophia (Laverne Cox) é uma das internas da penitenciária feminina de Litchfield, em Orange Is The New Black, da Netflix. No decorrer da história, a personagem – única interna transsexual – sofre com diversos atos transfóbicos, vindo de colegas de encarceramento e de funcionários da prisão. O ápice da transfobia ocorre na terceira temporada, onde, após uma briga, a personagem Aleida (Elizabeth Rodriguez) passa a espalhar rumores transfóbicos contra Sophia, o que faz com que a mesma sofra perseguição por parte de várias internas e tenha de ser levada para a solitária, em nome de sua própria proteção, de onde tenta sair várias vezes e de várias formas.
Sophia é interpretada pela atriz Laverne Cox, que, assim como sua personagem, é uma mulher trans, e foi a primeira pessoa transsexual a ser indicada ao Emmy. Laverne também interpretou, no ano passado, o clássico personagem queer Dr. Frank-n’-Further (originalmente interpretado por Tim Curry, homem cis), na adaptação do musical Rocky Horror Picture Show feita pela Fox.
Nomi Marks (Sense 8), por Amanda Pioli
Mais que apenas discutir a integração social de um transexual em um universo fictício, Sense8 mostrou a importância dessa integração na vida real, ao escalar para o seu elenco a atriz trans Jamie Clayton. Sendo uma das protagonistas, Jamie interpreta a também trans Nomi, que sofre duplo preconceito por ser trans e lésbica, mas usa suas habilidades de hacker e blogueira para promover igualdade e encorajar seus leitores a ser quem realmente são. Vale mencionar que o processo enfrentado por Nomi também foi vivido pelas irmãs criadoras da série Lilly e Lana Wachowski, que antes eram conhecidos como Andy e Larry.
Cole (The Fosters), por Mariane Bovoloni
Transmitida pela ABC Family, a série norte-americana The Fosters estreou em 2013. No enredo, há uma família formada por um casal homossexual: a policial Stef (Teri Polo) e a vice-diretora de escola Lena (Sherri Saum). Juntas, elas criam quatro filhos adotivos e o filho biológico de Stef. O personagem transsexual é Cole, interpretado pelo ator – também transsexual – Tom Phelan. Sua introdução na série foi como amigo de Callie Jacob (Maia Mitchell), quando eles se conheceram na casa de meninas em que ela estava abrigada após fugir de sua família adotiva (perceba aqui a falta de aceitação inclusive por parte de um orgão como o Conselho Tutelar: Cole está em um abrigo para meninas). Logo, ele se torna o interesse amoroso de Callie. Ao longo das cenas, surgem episódios de preconceito, como quando Cole tentar usar o banheiro masculino e é expulso, além das brincadeiras que escuta. De personagem agressivo, aos poucos Cole se torna mais terno e mostra sua verdadeira história. Sua participação se estendeu por 10 episódios, de 2014 a 2015.
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