Derico se emociona, chora e conta sua última conversa com Jô Soares

"Ele foi e é uma pessoa incrível, uma espécie de um pai pra mim", desabafou o saxofonista

O saxofonista Derico Sciotti, que trabalhou com Jô Soares (1938-2022) por mais de 20 anos, se emocionou nesta sexta-feira, 5, ao participar do Bom Dia São Paulo e falar sobre o apresentador que faleceu nesta madrugada e relembrar sua última conversa com ele.

Derico se emociona, chora e conta sua última conversa com Jô Soares
Créditos: Reprodução/TV Globo
Derico se emociona, chora e conta sua última conversa com Jô Soares

Derico trabalhou com Jô no ‘Jô Soares Onze e Meia’ (1988-1999) e no ‘Programa do Jô’ (2000-2016).

O saxofonista chorou de tristeza e de alegria lembrando do amigo de longa data.

“É triste ter que acordar assim. Era 6h da manhã, meu celular começou a bater. A gente pensa no pior. Comecei a ver um monte de mensagens de ‘meus sentimentos’, aí eu abri a notícia e vi a morte do Jô. É muito triste mesmo. Eu tenho um carinho, fiquei 28 anos lá [nos programas], metade da minha vida ao lado do Jô. E praticamente metade da vida profissional dele. É um privilégio. Ele foi e é uma pessoa incrível, uma espécie de um pai pra mim”, desabafou Derico.

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“Ele me ensinou tudo. Comecei com ele tinha 22 anos, saí com 50. Minha vida passei ouvindo ele, sentava naquela cadeira e via a história do Brasil e do mundo passar. Ele falava que não fazia programa sozinho, que, apesar de ser o Programa do Jô, a gente fazia parte do programa, ele sempre deu abertura pra a gente desenvolver nossas capacidades. Ele exercitava o poder que tinha. Foi legado que ele deixou pra nós, todo mundo que ia no programa falava como ele ajudava com [divulgação de] livros, teatro, música. Era uma pessoa diferenciada”, afirmou Derico.

Derico contou que entrou para o Jô Soares Onze e Meia aos 22 anos, no mesmo dia em que seu filho nasceu. Chorando de rir, ele lembrou histórias que viveu nos programas, e Rodrigo Bocardi reparou: “Jô Soares é capaz de provocar ao mesmo tempo choro de tristeza por sua partida e de alegria por tanta coisa boa que ele fez, que ele nos trouxe”.

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Derico Sciotti ficou ainda mais emocionado e disse: “Jô foi como um pai pra mim. Eu tive um pai maravilhoso, mas o Jô foi um pai diferente. Fez o que só ele poderia fazer como profissional e como tutor. Ele me ajudou de uma forma que não tenho capacidade de externar tudo que ele fez por mim”.

“Jô sabia que podia contar comigo pra tudo que precisasse. Sabia que nunca ia ouvir um não ou não sei. O inverso era proporcional, eu sabia que ele nunca ia me colocar numa roubada, numa situação pejorativa, menor. Foi uma relação de confiança muito grande”, afirmou o músico e amigo de Jô Soares.