Diretor do Corinthians se recusa a dar camisa 24 para novo jogador
Piada homofóbica de Duílio Monteiro Alves ofende até a história do time paulista e viraliza
O diretor do time paulista, Corinthians, não deu a camisa 24 para o novo jogador do clube, o colombiano Victor Cantillo, e ainda fez piada homofóbica, nesta sexta-feira, 10, durante a apresentação do contratado.
O volante colombiano usava a camisa 24 no Junior Barranquilla, onde trabalhava antes de vir para o time paulista. Aqui no Brasil ele recebeu a número 8, com a qual seu compatriota Freddy Rincón jogou no Corinthians. Ao ser perguntado sobre o tema, Cantillo disse que foi avisado de que “não poderia usar o número 24″.
Durante a coletiva de imprensa, o colombiano posou para foto junto com a camisa 8 e o diretor Duílio Monteiro que afirmou: “Camisa 24 aqui não”. A piada homofóbica foi flagrada pelas câmeras de transmissão. A referência é a ligação do número 24 no jogo do bicho, que é representado pelo animal veado, com a homossexualidade.
- Inter x Como: aposte na odd 4.00 para Lautaro Martinez marcar primeiro
- SP: 5 cidades com clima de romance para aquela viagem de casal
- Universidade de Dublin abre inscrições em programa de bolsas integrais
- Apostas ao vivo: como funciona e melhores casas
A declaração do diretor do Corinthians fere a comunidade LGBT, mas também fere a própria história do clube que tem se destacado pelo combate público a homofobia. Alem, do goleiro Cássio que usou a camisa 24 na sua primeira temporada no clube.
Saiba o que fazer e como denunciar casos de homofobia
Qualquer que seja a forma de discriminação, é importante que a vítima denuncie o ocorrido. A orientação sexual ou a identidade de gênero não deve, em hipótese alguma, ser motivo para o tratamento degradante de um ser humano.
Desde junho de 2019, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o crime de homofobia deve ser equiparado ao de racismo. Os magistrados entenderam que houve omissão inconstitucional do Congresso Nacional por não editar lei que criminalize atos de homofobia e de transfobia. Por isso, coube ao Supremo aplicar a lei do racismo para preencher esse espaço.
Entretanto, apesar da notícia positiva, poucos LGBT sabem o que podem fazer caso sejam vítimas de algum crime do tipo.
Como denunciar pela internet
Em casos de homofobia em páginas da internet ou em redes sociais, é necessário que o usuário acesse o portal da Safernet e escolha o motivo da denúncia.
Feito isso, o próximo passo é enviar o link do site em que o crime foi cometido e resumir a denúncia. Aproveite e tire prints da tela para que você possa comprovar o crime. Depois disso, é gerado um número de protocolo para acompanhar o processo.
Há aplicativos que também auxiliam na denúncia de casos de homofobia. O Todxs é o primeiro aplicativo brasileiro que compila informações sobre a comunidade, como mapa da LGBTfobia, consulta de organizações de proteção e de leis que defendem a comunidade LGBT.
Pelo aplicativo também é possível fazer denúncias de casos de homofobia e transfobia, além de avaliar o atendimento policial. A startup possui parceria com o Ministério da Transparência-Controladoria Geral da União (CGU), órgão de fiscalização do Governo Federal, onde as denúncias contribuem para a construção de políticas públicas.
Com a criminalização aprovada pelo STF, o aplicativo Oi Advogado, pensado para conectar pessoas a advogados, por exemplo, criou uma funcionalidade que ajuda a localizar especialistas para denunciar crimes de homofobia.
Delegacias
Toda delegacia tem o dever de atender as vítimas de homofobia e de buscar por justiça. Nesses casos, é necessário registrar um Boletim de Ocorrência e buscar a ajuda de possíveis testemunhas na luta judicial a ser iniciada.
As denúncias podem ser feitas também pelo 190 (número da Polícia Militar) e pelo Disque 100 (Departamento de Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos).
Em alguns estados brasileiros, há órgãos públicos que fazem atendimento especializado para casos de homofobia.