Drag, trans e travesti: 5 curtas para discutir diversidade sexual

A sexualidade humana é múltipla e discuti-la é premissa básica para a diminuição do preconceito e intolerância. O cinema pode ser um aliado nessa discussão, ampliando o conhecimento sobre a diversidade sexual a partir de retratos ficcionais ou registros documentais da trajetória de pessoas inseridas na comunidade LGBTT.

Nesse contexto, separamos cinco curtas-metragens brasileiros disponíveis na web que abordam histórias de drag queens, transexuais e travestis em diferentes regiões do país e períodos da nossa história.

Premiados e exibidos em festivais de cinema no Brasil e no exterior, os filmes a seguir mostram que o respeito ao diferente, independente da orientação sexual, está na base de uma sociedade mais justa e humana.

“Beijo na Boca Maldita” (Dir.: Yanko Del Pino)

Muito popular em Curitiba dos anos 1970, Gilda marcou época. Tipo folclórico de rua, dizia-se travesti. Quem não quisesse levar um beijo seu apressava-se em lhe dar um trocado. Todos fugiam dos seus gracejos na Boca Maldita.

“Suzy Brasil – A Deusa da Penha Circular” (Dir.: Renata Than)

Suzy Brasil, a drag queen que hipnotiza plateias com seus shows em boates no Rio de Janeiro. Marcelo, o pacato professor de biologia do ensino médio. Ambos moradores da Penha Circular, coincidência?

“Olympias” (Dir.: Bia Medeiros)

As Olympias de Fernando Codeço são as travestis da Avenida Augusto Severo no bairro da Glória, Rio de Janeiro. O projeto é feito em referência à obra Olympia (1863), de Édouard Manet, que retrata uma prostituta. O artista as desenha em técnicas variadas e realiza performances nas ruas do bairro. O trabalho de Fernando é artístico e também antropológico. Ao entrar nesse universo, ele capta depoimentos, histórias de vida e a relação das travestis com a prostituição, corpo e autoimagem.

“Além das 7 Cores” (Dir.: Camila Biau)
Imersa na movimentada cena noturna da região da Rua Augusta, no coração de São Paulo, Daniela Glamour Garcia nos conduz nesta crônica sobre os conflitos de quem decide viver à margem do que é considerado “normal” pela maioria. As normas, limites, classes e categorias que nos são impostas têm mesmo a capacidade de nos fazer sentir habitáveis em nós mesmos?

“Amapô” (Dir.: Kiko Goifman)

Este curta faz parte do projeto Marco Universal. Através de uma história de vida o filme trata de questões relacionadas aos direitos humanos, como o direito à diferença. A vida da personagem é apresentada a partir de outros, a alteridade como lógica. Os espectadores completam os sentidos e aos poucos percebem que se trata de um homossexual que, ainda na adolescência, virou travesti. “Amapoa” é um termo que vem do Iorubá e transformou-se em uma gíria de travestis para falar de mulher. O filme traz um desfecho brutal, revelando que o personagem sofreu uma forte violência. Homofobia. A abordagem leva à identificação com a personagem e permite reflexões sobre a intolerância da sociedade atual.