Evan Peters diz como foi a pesquisa para fazer Jeffrey Dahmer
"Não é apenas a história dele. É como a sociedade e nosso sistema falharam ao tentar impedi-lo múltiplas vezes, graças ao racismo, à homofobia", falou
O ator Evan Peters contou como foi o processo de pesquisa para interpretar o serial killer Jeffrey Dahmer na série da Netflix “Dahmer: Um Canibal Americano”.
Em “Dahmer: Um Canibal Americano“, ele interpreta o homem que matou 17 rapazes nos Estados Unidos entre 1978 e 1991.
Durante os assassinatos, Jeffrey geralmente dopava suas vítimas e abusava de seus corpos cometendo estupro e necrofilia. Depois que suas vítimas vinham a morrer, ele dissolvia os corpos em ácido ou cortava para comer a carne.
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Peters relata que, quando recebeu a ligação de Murphy sobre o papel, começou a fazer a sua pesquisa de imediato. Porém, assistir a entrevistas concedidas pelo assassino lhe causou medo e repulsa.
“Em encontrei no YouTube alguns áudios do que parecia ser algum psicólogo entrevistando Dahmer, ou até mesmo um detetive, e [Jeffrey] conta pelo que passou. Ele fala de uma forma muito sincera, muito normal”, relata o ator.
“Eu estava com muito medo de tudo o que ele fez, e de mergulhar nisso e comprometer-me a fazer o meu melhor no que seria com certeza uma das coisas mais difíceis da minha vida, porque eu queria que ficasse bastante autêntico. Mas, para isso, eu precisava acessar a lugares muito obscuros e ficar lá por um grande período.”, disse Peters.
Evan disse que precisou se policiar para não ir mais afundo nas pesquisas sobre Jeffrey Dahmer.
“Ao me perder nisso, era um desafio tentar olhar para essa pessoa que aparentemente era tão normal, mas que por baixo escondia um mundo inteiro de segredos”, contou para a Netflix. “Eu li tanta coisa, vi tanta coisa que, em um certo ponto, alguém tinha que dizer: ‘Ok, isso é o suficiente'”, contou em entrevista para a revista Variety.
Para conseguir se ficar distante do personagem, Peters tinha sempre um pensamento na cabeça: “É sobre manter a ideia fixa do porquê de estarmos contando essa história, e usar isso como um guia. Mas há tanto material sobre Dahmer que é importante soar autêntico”.
“Podemos brincar com níveis de naturalismo e grandes momentos televisivos voltados para o entretenimento”, fala. “É quase uma escolha cena a cena, uma questão de decidir ‘ok, isso aqui ele fez na vida’ ou ‘não, isso ele não fez, mas tudo bem, pois funciona para a história que queremos contar'”, disse.
Em meio aos debates sobre a abordagem da história, Peters se pronuncia sobre versão fictícia. “Como parte da audiência, você não simpatiza com ele, não se compromete com ele, você assiste do lado de fora”, falou.
“É a história de Jeffrey Dahmer, mas não é apenas a história dele. São as repercussões. É como a sociedade e nosso sistema falharam ao tentar impedi-lo múltiplas vezes, graças ao racismo, à homofobia… É uma história trágica, e todos os lados são contados”, finaliza o artista.