Famosos usam redes em apoio a Cacau Protásio após racismo de bombeiros
Mensagens de artistas demonstram admiração e respeito pela atriz
Diversos famosos usaram suas contas em redes sociais para apoiar a atriz e humorista Cacau Protásio após ela sofrer racismo e gordofobia de bombeiros e o caso ganhar repercussão.
No domingo, 24, Cacau gravou as cenas do filme “Juntos e Enrolados” no Quartel-Central do Corpo de Bombeiros, no Rio de Janeiro. Membros da corporação registraram uma cena e divulgaram em grupos do WhatsApp junto a comentários gordofóbicos e racistas.
“Mete aquela gorda, preta, filha da puta numa farda de bombeiro, uma bucha de canhão daquela, com um monte de bailarino viado, quebrando até o chão. Vão achar que é o que? Bombeiro? Aquilo é tudo viado. Lamentável”, foi um dos áudios que vazou.
Depois que soube do vídeo e dos comentários preconceituosos, nesta quarta-feira, 27, Cacau postou a foto de um coração partido em seu Instagram e, em seguida, quatro vídeos chorando para explicar o que houve. “Eu não mereço ser agredida assim, como nenhuma pessoa”. Veja o vídeo:
Depois da repercussão, famosos e fãs saíram em defesa da atriz, com mensagens de admiração e respeito. Cacau repostou diversas dessas mensagens em seus stories do Instagram. Acompanhe.
Leandro Hassum:
Juliana Alves:
Paulo Gustavo:
Pathy Dejesus:
https://www.instagram.com/p/B5Y4cKuhjtQ/
Cris Vianna:
Nany People:
Alexandra Richter:
Kiko Mascarenhas:
Cláudia Abreu:
Érico Brás:
Luis Lobianco:
Marcos Pasquim:
Rafael Portugal:
Marcus Majella:
Roberta Rodrigues:
https://www.instagram.com/p/B5X4DNbFYM5/
Emanuelle Araújo:
Zélia Duncan:
Marcelo Médici:
Iza:
Gaby Amarantos:
Rodrigo França:
Racismo: como denunciar e o que fazer em caso de preconceito
Racismo é crime previsto pela Lei 7.716/89 e deve sempre ser denunciado, mas muitas vezes não sabemos o que fazer diante de uma situação como essa, nem como denunciar, e o caso acaba passando batido.
Como denunciar pela internet
Para denunciar casos de racismo em páginas da internet ou em redes sociais, o usuário deve acessar o portal da Safernet e escolher o motivo da denúncia.
Além disso, é necessário enviar o link do site em que o crime foi cometido e fazer um comentário sobre o pedido. Após esses passos, será gerado um número de protocolo, que o usuário deve usar para acompanhar o processo.
Se atente em unir provas! O primeiro passo é tirar prints da tela para que você possa comprovar o crime e ter como denunciar. Depois, denuncie o usuário pelo serviço de denúncias da rede social em que ocorreu o ato.
Disque 100
O Disque 100 é serviço do Governo Federal para receber denúncias de violações de direitos humanos.
Desde 2015, o serviço conta com dois módulos novos: um que recebe denúncias de violações contra a juventude negra, mulher ou população negra em geral e outro específico para receber denúncias de violações contra comunidades quilombolas, de terreiros, ciganas e religiões de matriz africana.
O serviço também aceita denúncias online de discriminação ocorrida em material escrito, imagens ou qualquer outro tipo de representação de idéias ou teorias racistas disseminadas pela internet.
Delegacias
A denúncia contra crime de racismo pode ser feita em delegacias comuns e naquelas especializadas em crimes raciais e delitos de intolerância. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, as Delegacias de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) cumprem essa função.
Atualmente, o Decradi está vinculado ao Departamento Estadual de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), em São Paulo, e ao Departamento Geral de Polícia Especializada da Polícia Civil, além de estar inserida no programa Delegacia Legal, no Rio.
Em outros estados, existem delegacias especializadas em crimes cometidos em meio eletrônico, que podem ser acionadas em situações de injúria racial virtual.
Posso processar o agressor?
Sim! Tanto para racismo quanto para injúria racial, após o boletim de ocorrência, é possível ingressar com duas ações, sendo uma criminal e cível. O processo criminal é importante para dar força ao processo cível, que tem por objetivo conseguir uma indenização.
No caso do crime de racismo, o processo fica a cargo do Ministério Público e a indenização deve ser direcionada ao grupo atingido ou a uma entidade que represente esse grupo. Caso seja crime de injúria racial a indenização é para a vítima direta do crime.