Fátima Bernardes critica ataque de Bolsonaro a jornalista da Folha
Apresentadora se disse frustrada com a postura do presidente
Fátima Bernardes usou o espaço do Encontro, da Globo, nesta quarta-feira, 19, para criticar Jair Bolsonaro (sem partido), por seus ataques à jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo.
A apresentadora mostrava no telão as palavras mais usadas nas redes sociais na manhã de hoje, quando destacou o sobrenome do presidente e a hashtag ‘#RaspemOSovaco’, e explicou: “Foi uma frase dita pelo deputado Eduardo Bolsonaro no plenário, atacando deputadas que reagiram a uma declaração do pai [Jair Bolsonaro] dele contra a jornalista da Folha de S.Paulo Patrícia Campos Mello”.
Visivelmente incomodada com a postura de Bolsonaro, Fátima fez uma crítica: “É muito triste a gente ver o presidente do nosso país com uma declaração como essa, tentando fazer um ataque sexual a uma jornalista respeitada. Mas a gente aqui no nosso país, nós mulheres vivemos lutando por espaço, respeito e é muito frustrante, deixa todos indignadas quando vemos que um ataque como esse partindo de uma pessoa que tem o posto, o cargo mais importante e que se esquece que ele governa para todas as mulheres, para todos os homens, e que o comportamento dele serve de referência para o comportamento de todo mundo neste país”.
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“É por isso que a gente vê um comportamento como esse vindo do presidente e logo depois a gente é obrigado a dar notícia de outro caso que gerou discussão, que é de uma adolescente de 17 anos que denuncia um motorista de aplicativo por assédio sexual, e ele diz que a culpa é da menina”, disse ela referindo-se ao caso do motorista que disse ter assediado a jovem porque ela estava usando um ‘short tipo da Anitta’.
E completou: “Tenho certeza de que a declaração de Bolsonaro, não deixa só a mim, as jornalistas, as mulheres em geral, indignadas. Felizmente vemos muitos homens indignados com declarações como essas, contra as quais vamos continuar lutando. Não vai ser uma declaração que vai fazer com que a gente não continue lutando”.
Na manhã da última terça-feira, 18, Bolsonaro afirmou que a jornalista da Folha de S. Paulo “queria um furo”, em referência a uma reportagem na qual Campos Mello entrevistou um ex-funcionário de uma agência de disparos em massa por Whatsapp.