Fernanda Young fala sobre depressão e estupro aos 16 anos
Muitas pessoas utilizam o humor como escape e, por isso, seus problemas emocionais podem passar despercebidos. A atriz, escritora e apresentadora, Fernanda Young, é um exemplo disso e não esconde.
Em entrevista à Marie Claire, ela falou sobre depressão, cyberbullying e violência sexual. Ao introduzir o assunto de seu novo livro, Fernanda explica como a doença foi um impulso para boa parte de suas realizações. “É estranho dizer isso, mas, se não fosse a depressão, não teria feito nem 70% do que realizei na minha vida”, conta.
A atriz, sem culpar a família, sente tristeza desde criança, a qual se tornou um gatilho para um episódio de automutilação aos 10 anos. “Simplesmente era uma criança depressiva, que poderia se machucar e que pensava em morrer”, relata.
Apesar de começar terapia com 13 anos, a depressão só foi diagnosticada depois de cerca de 10 anos. Uma de suas maiores crises, no entanto, foi em 2003, consequência de críticas pesadas de jornalistas. “Foi quando começou o bullying virtual, criaram a “Barbie que Fala Merda” [apelido que rodou a internet]. Foi horrível”, explica.
Fernanda ainda sofre com a doença e é consciente de que a qualquer momento pode ter recaídas: “Obviamente tenho quedas de ânimo e aviso em casa: ‘Estou sensível’. Quando piora um pouco, digo: ‘Estou com medo’.”
A depressão não foi a única dificuldade da escritora durante sua adolescência. Com 16 anos, ela foi vítima de um estupro e só percebeu depois de anos a violência que tinha sofrido.
“Foi um estupro terrível. Fui violentada em um encontro íntimo com um ex-namorado, aos 16 anos. Na época, achei horrível, mas levei tempo para entender que foi um estupro. Ele começou a forçar a barra, eu disse que não queria e ele amarrou meus pulsos. Fez sexo comigo dessa maneira. Não sabia para quem contar, tinha vergonha. Achava que a culpa era minha por ter amado essa pessoa. Só percebi que tinha sido estuprada vendo uma cena semelhante em uma série, anos depois”, revela.
- A depressão atinge muitas pessoas e pode tornar-se a doença mais comum em 2030. Nesta publicação, informe-se sobre como evitar ou tratá-la.
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