Filme de Danilo Gentili entra na Netflix e é acusado de ‘apologia à pedofilia’
O longa foi bem recebido por bolsonaristas em 2017, quando Gentili colocava-se contra o PT; hoje, crítico de Bolsonaro, sentiu a ira de seus apoiadores
Lançado em 2017, o filme “Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola”, do humorista Danilo Gentili, entrou para o catálogo da Netflix recentemente e tem sido bombardeado de críticas por parte dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). O longa é acusado de fazer “apologia à pedofilia“.
À época do lançamento, quando Gentili tecia duras críticas ao PT e recebia de bom grado Bolsonaro e seus filhos em seu programa de televisão no SBT, o filme do humorista foi aplaudido por bolsonaristas.
Um exemplo é este post feito pelo pastor e deputado federal Marco Feliciano (PL), no qual ele parabeniza Danilo Gentili pelo longa. “Há tempos não ria tanto”, escreveu no Twitter.
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Cinco anos se passaram, e Gentili deixou de mostrar-se simpático ao modelo bolsonarista de governo. Desde que Bolsonaro foi eleito, o humorista também tem se colocado contra algumas das medidas adotadas pelo presidente, o que irritou a massa extremista de conservadores brasileiros.
Ao se deparar com a hashtag #PedofiliaNaNetflix pairando nos trending topics do Twitter, e ver seu nome sendo tão criticado, Gentili publicou que se sente orgulhoso por ter desagradado tanto petistas quanto bolsonaristas ao longo de sua carreira, na mesma intensidade.
A cena que causou a repulsa de parte dos internautas envolve o ator e comediante Fábio Porchat, que também teve seu nome bastante criticado nas redes sociais – mas que, até o final desta publicação, ainda não havia se manifestado a respeito.
Nas imagens, Cristiano (Porchat) pede que duas crianças façam um ato sexual nele. “Vocês batem uma p*nheta pro tio”, diz o personagem para as crianças. E, ainda na imagem, a cena sugere que Cristiano coloca a mão da criança em seu órgão genital, satisfazendo seu desejo.
https://twitter.com/_LuxAjuda/status/1503095924553306112
Mas é muito curioso como tudo isso não passa de um grande circo político para desanuviar as principais questões do momento que pegam no calcanhar de Aquiles do governo Bolsonaro. Afinal, por que essas mesmas críticas não foram feitas há 5 anos, à época do lançamento do longa?
As críticas vêm num momento em que o presidente enfrenta a crise dos combustíveis, que encareceu a gasolina e o diesel em todo o Brasil, além de baixa popularidade a poucos meses das eleições. Curioso.