Inventaram um Tinder para pessoas que trabalham com a morte

11/03/2016 19:12 / Atualizado em 07/05/2020 02:35

 
 

Não é surpresa que Carla Valentine seja tão fã do dia 14 de fevereiro (o Valentine’s Dayda Inglaterra) — é meio difícil escapar disso considerando o nome dela. Mesmo quando está solteira, ela adora a data. “É legal tirar um dia para pensar no amor”, diz, “mas também acho que é uma data bastante sombria. Considero uma coisa parecida com o Halloween por causa da história macabra associada ao dia. Isso é baseado no massacre de um homem afinal de contas!”.

Mas Valentine não é o tipo de garota atraída simplesmente por flores e chocolates. Ela é a curadora técnica do Barts Pathology Museum de Londres, onde é responsável por restaurar, catalogar e expor cinco mil exemplares de espécimes vitorianos de restos humanos. Para o Dia dos Namorados gringo deste ano, Valentine fez a contagem regressiva em seu Instagram, @remains2beseen, postando fotos da anatomia do coração e outras coisas “românticas” das coleções de vários museus. Antes, porém, a jovem trabalhou oito anos num necrotério, estudou patologia forense e passou um tempo escavando túmulos de vítimas da praga e cemitérios medievais. Atualmente ela também trabalha numa dissertação sobre o olhar sexualizado, museus de anatomia e os vários graus de intimidade que os humanos compartilham com a morte — e não ignorou nenhum assunto. “Estou tentando encorajar as pessoas a enxergarem a necrofilia de maneira mais subjetiva”, diz ela sobre a pesquisa. “Quando discutimos a morte, parece que a reação das pessoas geralmente desafia a lógica. Pessoas já me disseram que conseguiam se ver torturando alguém ou mantendo um escravo sexual, mas não se imaginavam transando com um cadáver. Por que isso?”

 
 

O tipo de coisa que Valentine faz e sobre o que ela gosta de falar não é exatamente a conversa padrão de um primeiro encontro — a menos que a outra pessoa seja de um campo de atuação similar. Por isso o site dela, Dead-Meet.com, surgiu. (continue lendo aqui)