Leandro Lehart não apresentou provas em seu favor no processo de estupro
De acordo com o Ministério Público, as provas principais contra o cantor reúnem os depoimentos da vítima e de sua psicóloga
Leandro Lehart não apresentou nenhuma prova que fosse favorável a ele durante o processo, em que foi condenado a quase 10 anos de reclusão por estupro e manutenção de cárcere privado. De acordo com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), as provas principais contra o cantor reúnem os depoimentos da vítima e de sua psicóloga.
A vítima, Rita de Cássia Correia, contou ao Fantástico, na TV Globo, que antes do estupro, ela já havia tido relações sexuais com o artista e que ele nunca havia sido violento. Porém, em 2019, Leandro mudou radicalmente e a imobilizou e submeteu a situação degradante.
De acordo com a reportagem, o ato de Lehart foi um caso “grotesco e escatológico de violência”.
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“Quem tem que ter vergonha não sou eu, é ele”, afirma Rita à reportagem.
A relação da vítima com o cantor começou em 2017, quando Rita o procurou pelas redes sociais elogiando o trabalho dele. Leandro Lehart a convidou para ir a sua casa para tocar piano e conhecer o estúdio. Ele mora numa região nobre da zona norte de São Paulo.
De acordo com a vítima de estupro, em cinco encontros, houveram relações sexuais: “Sempre muito educado, muito gentil, muito cortês”, descreveu Rita na entrevista.
Porém, em 2019, numa ocasião em que os dois estavam no quarto do cantor, ele sugeriu que fossem ao banheiro e lá foi agressivo com Rita, a imobilizou e cometeu o estupro
“Na minha boca. Já comecei a me debater pedindo para ele parar e tentando tirá-lo de cima de mim, mas eu não conseguia. Ele ainda se masturbou até chegar ao orgasmo”, contou Rita.
Em seguida, Leandro Lehart deixou a vítima trancada no banheiro: “Gritava para ele me deixar sair de lá, e ele não deixava. ‘Só vou te deixar sair daí quando você se acalmar para a gente poder conversar'”.
“Ele disse que eu poderia fazer com ele da mesma forma porque eu estava exagerando, que eu ia ver que não é assim. Que só da primeira vez que eu iria ficar assim, assustada.”
Ela ainda contou que o cantou começou a questioná-la se ela esperava ter um relacionamento sério e lhe fez ofensas racistas: “O que você acha que eu gostaria de uma negrinha como você?”
Rita contou que depois do estupro, ela desenvolveu sérios problemas emocionais, perdeu o emprego e tentou suicídio: “Me joguei de um lance de escadas muito grande ali no desespero, querendo fugir de tudo o que eu estava passando”.
Após seis meses do estupro, Leandro Lehart voltou a procurar Rita. “Por mensagens, ele começou a se redimir sem assumir a sua culpa numa confissão”, disse ela.
Por mensagem, o músico teria dito à Rita: “Se te humilhei sexualmente e você está nessa situação, eu assumo isso. Com muita vergonha, mas assumo. Porque fiz isso com uma mulher, em troca do meu prazer. Fui egoísta. Se você se sentir no direito de me denunciar, faça. Não ficarei chateado”.
Ainda segundo a vítima, Leandro Lehart lhe deu dinheiro três vezes, em valores entre R$ 900 e R$ 200. Depois disso, em outubro de 2020, ele registrou um boletim de ocorrência dizendo que estava sendo chantageado ou extorquido.
O cantor se manifestou em suas redes sociais. “Meus amores, Estou sendo vítima de uma grande injustiça, mas a verdade vai prevalecer em breve. São 40 anos de carreira e 50 anos de vida acreditando na justiça, e mesmo que ela tarde, ela não falha. E a maldade não prevalecerá nunca. Obrigado por tudo”, disse.
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