Linha de bonecas é inspirada em rainhas africanas
Quando a sobrinha do empresário nigeriano Taofick Okoya (43 anos) disse que desejava ser branca, ele decidiu ajudá-la a aceitar e se apaixonar pela sua beleza natural: a negra.
Procurando entender o motivo deste desejo, ele percebeu que os personagens de desenhos animados, princesas e brinquedos favoritos de sua pequena eram brancos, e passou a se perguntar como seria um mundo em que as meninas nigerianas pudessem brincar, se espelhar e ter como referência personagens negras.
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Oito anos mais tarde, ele finalmente pode por seus planos em prática, criando as Queens of Africa (Rainhas da África), uma linha de bonecas inspiradas em diferentes tribos africanas.
“Durante o processo (de pesquisa sobre o mercado) eu percebi questões sociais maiores, como baixa autoestima, o que me deu a paixão necessária para querer mudar a próxima geração. Foi uma jornada dura, mas eu gostei”, disse o empresário a “Elle”.
Embora o projeto tenha sido bem sucedido, inicialmente Okoya encontrou muita resistência por parte dos distribuidores devido as cores e as roupas das bonecas. “Eles disseram que não venderiam bonecas negras, pois não eram lucrativas. Foi neste momento que a minha empresa embarcou em uma verdadeira campanha educativa por meio de diversos meios de comunicação, dizendo às pessoas sobre o impacto psicológico das bonecas nas crianças. Este processo levou quase três anos”.
Controlando entre 10% e 15% do mercado na Nigéria, Okoya recebe encomendas online de países das Américas e da Europa, e suas bonecas africanas já superaram as vendas das Barbies no país, vendendo entre 6 mil e 9 mil bonecas por mês.