Maiara e Maraisa detonam colunista da Folha por associá-las ao nazismo
O jornalista falou sobre o silêncio de grandes artistas a respeito do atual governo e usou uma ilustração da dupla com uma suástica no braço
As cantoras Maiara e Maraisa divulgaram uma nota de repúdio ao colunista da ‘Folha de S.Paulo’, Anderson França por associá-las ao nazismo, na matéria intitulada: “Silêncio sobre Roberto Alvim reinou entre o pessoal do axé, do sertanejo e do pagode”, nesta terça-feira, 21.
A matéria traz uma ilustração, feita pelo autor da coluna, onde as irmãs foram retratadas com uma suástica, símbolo do nazismo.
“Maiara e Maraisa sempre foram e serão a favor da liberdade de imprensa, mas para tudo há de se ter bom senso e responsabilidade”, disseram em nota. “Diante de tamanha agressão e irresponsabilidade, o departamento jurídico das artistas já foi acionado para que os responsáveis respondam juridicamente pelos seus atos”, diz parte da nota da dupla sertaneja.
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Ainda segundo as cantoras, “associar a dupla ao nazismo é uma grande irresponsabilidade e uma agressão as cantoras que repudiam toda e qualquer atitude que remeta a essa época tão sombria da história. Podemos fazer uma breve reflexão: Quem alimenta o ódio? Quem cultiva a discórdia? Pessoas que por escolha própria preferem não se posicionar publicamente ou alguém que se posiciona atacando e tirando conclusões que ultrapassam o limite da crueldade?”, afirmam na nota
No texto, Anderson França critica a postura de artistas do meio musical que não se manifestam sobre os acontecimentos políticos e sociais, nem mesmo quando afetam a classe artística. No título, o colunista condena o silêncio de artistas como Maiara e Maraisa, Thiaguinho, Ivete Sangalo, Anitta, Kefera e Whindersson Nunes sobre o discurso de Roberto Alvim, ex-secretário da Cultura, exonerado do cargo após citar em um vídeo pronunciamento o o ministro da Propaganda na Alemanha nazista, Joseph Goebbels.
Segundo Anderson frança “quando eles chegaram “lá”, subitamente o Brasil virou uma Noruega, todo mundo usando moletom da Adidas, da coleção nova da Beyoncé, todo mundo recebendo bênçãos do Senhor, muito corpinho sarado no Brasil, muita alegria, dinheiros, drinques, cachorrinhos, viagem para Orlando, chorando emocionado na torre Eiffel, porque ninguém nunca imaginou que um dia sairia de São Miguel Desgraça do Alto Caparaó para um provador de roupas da Zara, comprando tudo que pode em euro, com dinheiro de YouTube, música, caralho a quatro”.
O colunista critica de forma mais enérgica as sertanejas, mas o recado se aplica a diversos artistas. “Tanto faz falar da guerra no Iraque, do preço da carne, de uma cidade inteira inundada por lama tóxica, racismo, nazismo, qualquer merda: a cara delas é de paisagem, de nada, de vazio. Assim como não encontramos eco em suas redes, páginas, falas, presenças, nada, absolutamente nada nessa classe artística é sobre o Brasil, e sim sobre uma bolha esmagadoramente ingênua, neobranca, evangélica, fascista, oportunista, porque sabem o que é certo, mas preferem o que dá certo. Essa classe artística, que poderia incorporar o papel relevante de influenciar para uma sociedade mais justa, se cala para não perder uma merda de um patrocínio da P&G”, salienta o colunista.
Após Maiara e Maraisa divulgarem o comunicado, a Folha retirou do texto a charge e incluiu na coluna uma nota da redação, pedindo desculpas às cantoras.
“A Folha pede desculpas à dupla Maiara e Maraisa pela ilustração de autoria de Anderson França publicada em artigo do colunista nesta terça (21). Não há na biografia da dupla nada que possa associá-la ao símbolo odioso que foi inserido. A ilustração já foi retirada do ar, em respeito à dupla e também por não coincidir com a orientação editorial do jornal”, diz a nota.
Veja a íntegra da nota de Maiara e Maraisa:
“NOTA DE REPÚDIO
Nesta terça-feira, 21 de janeiro, foi publicado no jornal Folha de São Paulo, na coluna do Anderson França, o texto “Silêncio sobre Roberto Alvim reinou entre o pessoal do axé, do sertanejo e do pagode”, que faz crítica a alguns segmentos da classe artística brasileira.
Uma ilustração, feita pelo mesmo autor do texto, mostra a dupla Maiara e Maraisa usando uma braçadeira com uma suástica nazista. Em tempos onde alimentar o ódio na web virou rotina, nos deparamos com tamanho absurdo.
Associar a dupla ao nazismo é uma grande irresponsabilidade e uma agressão as cantoras que repudiam toda e qualquer atitude que remeta a essa época tão sombria da história.
Podemos fazer uma breve reflexão: Quem alimenta o ódio? Quem cultiva a discórdia? Pessoas que por escolha própria preferem não se posicionar publicamente ou alguém que se posiciona atacando e tirando conclusões que ultrapassam o limite da crueldade?
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Maiara e Maraisa sempre foram e serão a favor da liberdade de imprensa, mas para tudo há de se ter bom senso e responsabilidade.
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Diante de tamanha agressão e irresponsabilidade, o departamento jurídico das artistas já foi acionado para que os responsáveis respondam juridicamente pelos seus atos.
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Maiara e Maraisa, neste momento pedem aos seus fãs que não alimentem o mal, não alimentem a mentira e mostrem que podemos respeitar o próximo, concordando ou não com suas opiniões.”