Modelo com vitiligo defende fãs que se maquiaram para homenageá-la
A modelo Chantelle Winnie é reconhecida internacionalmente por batalhar pela inclusão. Negra e com vitiligo, ela estourou quando foi chamada para fazer uma campanha para a marca Diesel e La Roche. Com tanta sucesso, alguns fãs divulgaram imagens nas redes sociais em que aparecem maquiados para se parecerem com a canadense.
O que era para ser uma homenagem, acabou se tornando uma grande polêmica. Os fãs foram acusados de se apropriarem da cultura negra. Foram muitas críticas que viralizaram nas redes sociais, mas a própria Chantelle expressou a sua opinião.
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“Minha resposta provavelmente não é o que muita gente quer ouvir, mas lá vai. Toda vez que alguém quer lábios mais grossos, ou um quadril maior, ou cabelos cacheados, ou trancinhas, não significa que nossa cultura está sendo roubada. Você já parou para pensar que tudo isso costumava ser ridicularizado e agora é desejado? Ninguém quer roubar nosso visual aqui. Nós ficamos tão confiantes com nossos cabelos crespos, bandanas e quadris grandes (ou nesse caso, minha pele) que agora os que não têm desejam isso”, escreveu a modelo em seu Instagram.
“Só porque uma garota usa lentes azuis e uma peruca não significa que ela quer ser branca. E só porque uma garota branca usa trancinhas e preenche os lábios, não significa que ela quer ser negra. A quantidade de raças mestiças vivendo no mundo hoje em dia é prova via de que não queremos ser o outro, apenas nos admiramos. A quantidade de raças mestiças vivendo no mundo hoje em dia é prova viva de que não queremos ser o outro, apenas nos admiramos. Por que não podemos aceitar esse sentimento de amor? Por que temos que fazer disso um crime? Numa época em que tantas coisas negativas acontecem, por favor não acuse aqueles que estão demonstrando amor e apreciação de serem maldosos. É muito claro para mim que quando alguém está demonstrando carinho e eu aprecio muito o que essas pessoas estão recriando, admirando e divulgando algo que no passado pelo qual eu chorava até dormir”, escreveu a modelo, apoiando os fãs e tentando acalmar os ânimos mais exaltados, que viram ódio onde só havia carinho.
Após a resposta da modelo, os ataques foram direcionados a ela. Xingamentos agressivos na publicação a acusavam de não ter propriedade sobre o que estava falando. E mais uma vez, a modelo se pronunciou:
“Não estou tentando dizer que blackface é OK, ou agir como se nosso povo não tenha passado pelo inferno e sobrevivido para então ver sua cultura roubada. Mas essa situação não tem nada a ver com negros ou brancos. Todas as raças recriaram o padrão da minha pele e quando eles fizeram isso, foi como um elogio, foi uma celebração. Isso não é apropriação, vá procurar o significado da palavra. E mal tem a ver com vitiligo, para ser sincera. As pessoas detonam meus fãs que tatuam meu rosto em seus corpos. Não é sobre mim ou qualquer outra pessoa. É sobre um sentimento que eu criei, e o que eu represento para quem quer que seja que me desenhou, me tatuou ou recriou meu visual [independente de etnia!]. É sobre a esperança que o padrão da minha pele representa para ELES, e são VOCÊS que vêem negatividade naquilo. É a representação de não ter medo de se sentir orgulhoso de quem você é, não apenas uma ‘doença’, como vocês chamam de forma tão errada”, postou Winnie ontem, no Instagram.
“Nossos ancestrais não passaram pelo que passaram suas vidas inteiras para nos sentarmos aqui com tanta amargura ou guardar nossa cultura a sete chaves. A luta nunca foi para que fossemos segregados. Foi para que pudessemos nos unir. Então enquanto muitas coisas no mundo estejam erradas (e não, eu não apoio blackface), tantas outras coisas, incluindo muitas intenções, são puras. Use seu bom senso para saber a diferença entre apreciação e apropriação”, finalizou.