Você nunca sabe o que pode encontrar em um aplicativo de relacionamento. Perfis inusitados, grupos de amigos procurando novas amizades, cantadas bregas… Até aí, tudo bem. O problema é quando esses espaços virtuais viram terreno para machismo, preconceitos e abusos.

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Para a modelo plus-size Shay Neary, que é uma mulher transgênero, encontrar um namorado nesses aplicativos não tem sido uma tarefa fácil. Isso porque ela frequentemente recebe mensagens bem transfóbicas.

Cansada dessas situações, Shay decidiu começar a tirar prints dos comentários preconceituosos que recebe. Depois, ela os compartilha com seus seguidores no Instagram.

“Ei, Gm Shay, estou bem, e você? Foi mal, acabei pegando no sono ontem à noite”

“Ah, sem problemas. Bom dia. Estou bem, apenas indo para o meu trabalho”

“Ei, eu não havia visto que você era uma mulher trans. Sou um homem heterossexual. Por favor, não se ofenda. Fique bem, Shay.”

“[Risos] ser heterossexual realmente não quer dizer nada. Eu sou heterossexual… Se eu não tivesse visto que você era um imbecil… Você é um enorme ignorante no assunto sobre sexualidade, senhor. Boa sorte na sua procura… Só que não”

Na legenda da conversa acima, Shay escreveu: “só queria fazer um panfleto para educar sobre a diferença entre sexo, gênero e sexualidade. A falta de conhecimento [sobre isso] é chocante, juro!”.

Em outro print, um homem manda apenas uma mensagem: “assustador, realmente assustador para c******”:

Já na imagem abaixo, outro homem diz: “ser um show de bizarrice é o padrão hoje [risos]. É isso que sua descrição deveria dizer”. Shay comenta na legenda do Instagram: “Ah, namorar como uma pessoa trans… Cada manhã é uma ignorância maior #bemvindoaomeumundo”.

“Você não é uma mulher, você está entre as pessoas amaldiçoadas da Terra… Pessoas que não apreciam o fato de Deus tê-las criado como homens por um motivo… Vergonha de você”, diz mais uma mensagem:

“Se alguém genuinamente quer saber mais sobre [transexualidade], tudo bem”, a modelo disse ao Daily Mail. Mas mesmo assim, ela gostaria de conhecer pessoas com quem ela possa falar de seus interesses. “Há tantos assuntos sobre os quais amo conversar, mas não consigo falar sobre eles. A conversa começa a girar em torno do seu gênero o tempo todo”, desabafa.

Shay ainda considera: “como uma comunidade marginalizada, temos uma tendência de aceitar menos. Não aceite menos. Você tem valor. Não é porque você é trans que você tenha menos valor”. E reforça: “você pode ter um relacionamento. Você pode receber amor. E você merece todas as coisas que você quer na sua vida”.