Novela da Globo usa termos homofóbicos e causa revolta na web
Em "O Tempo Não Para", personagem afirmou que não é gay porque é "macho"
Apesar dos bons indicadores de audiência desde sua estreia no horário das 19h, a novela “O Tempo Não Para”, da TV Globo, tem causado polêmica nas redes sociais por usar termos considerados homofóbicos em um núcleo específico da trama.
As primeiras reclamações datam de um episódio que foi ao ar recentemente, em que Elmo (Felipe Simas) ao ser chamado de gay refuta veementemente a insinuação afirmando ser “macho”.
Na ocasião, Elmo conversava com Marocas (Juliana Paiva) sobre a amizade que tem com Samuca (Nicolas Prattes) e ela disse pensar que ele, Elmo, fosse gay.
Nesse momento, o personagem de Felipe Simas mostrou-se ofendido com a comparação, ressaltou que é “macho” e a cena foi considerada preconceituosa pelo público que repercute a trama nas plataformas digitais.
“Diz que é macho quando alguém acha que ele é gay (como se macho fosse sinônimo de hétero). 5 letras: RANÇO”, disse um internauta.
“Que texto babaca, hein? ‘Você é gay?’ ‘Não, eu sou macho’”, ironizou um segundo. “Elmo, o macho da masculinidade frágil”, escreveu um terceiro.
Apesar da polêmica, a trama escrita por Mario Teixeira deverá repetir a utilização do termo “macho” para reafirmar sua orientação sexual contrária à homossexualidade, quando o personagem se sentir ofendido ao ser chamado de gay.
Pelo menos é o que está previsto no capítulo que deverá ir ao ar nesta terça-feira, 28, quando, ao ser confrontado por Miss Celine (Maria Eduarda de Carvalho) sobre sua sexualidade, Elmo voltará a afirmar que é “macho” e, para provar sua pretensa heterossexualidade, ele beijará Miss Celine na boca.
A Globo não se manifestou sobre o assunto.
DENUNCIE
Embora não seja considerada crime, a homofobia é hoje uma das práticas de ódio mais comum no dia a dia. A ojeriza motivada pela orientação sexual de outrem deixa marcas que, quando não fatais, psicológicas.
No Brasil, de acordo com dados do Grupo Gay da Bahia, uma pessoa LGBT é morta a cada 19 horas. Em 2017, a entidade computou 445 homicídios desse tipo, o que representa um aumento de 30% em relação ao ano anterior.
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