Novo ‘Homem-Aranha’ é um empolgante ‘lado B’ dos Vingadores
Em 2008 o filme do Homem de Ferro mudou os rumos dos blockbusters no cinema e popularizou a ideia de um universo cinematográfico de vários filmes. E às vezes esquecemos que o primeiro filme do Homem-Aranha com Tobey Maguire já mostrou em 2002 o potencial dos filmes de super-herói.
Mas, de lá pra cá, o Aracnídeo perdeu a mão em suas sequências e constantes reboots que não empolgaram o público – desculpe Andrew Garfield. E eis que resolvem fazer um NOVO reboot meros 3 anos depois do mais recente filme do não-tão-espetacular-último-homem-aranha, agora com Tom Holland no papel do herói.
Como o próprio nome indica, “Homem-Aranha de Volta ao Lar” marca o retorno herói aos filmes bons. A principal diferença é no tom. Ele se distancia do drama pesado – nada de tio Ben morrendo nos braços de Peter Parker enquanto solta palavras de sabedoria. O longa coloca a diversão em primeiro lugar, além de uma adrenalina e empolgação digna de um roteirista adolescente entediado desenhando narrativas do Aranha nos cadernos durante a aula.
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O filme tem um tom muito mais íntimo, de embates mais individuais. Ao invés de tentar salvar o mundo – e quiçá o universo – como Os Vingadores, o Aranha quer tornar o seu bairro novaiorquino do Queens mais seguro. Ao invés de um quartel general imponente, ele dá uma gambiarra escondendo sua identidade da tia com quem divide apartamento. Fora a roupa tecnológica que recebe de Tony Stark, ele também precisa dar um jeitinho no equipamento, como fazer fluido de teia na surdina na aula de química da escola. Enquanto os Vingadores são notícia, esse Peter Parker é reconhecido como “aquele cara aranha do YouTube”.
Até a ameaça principal do filme faz questão de não ser importante o bastante para necessitar a intervenção dos Vingadores. O vilão Abutre, interpretado por Michael Keaton, é menos supervilão e mais bandido comum, que, assim como o Homem-Aranha, apenas flerta com esse universo de criaturas superpoderosas. Ele ainda tem os pés no chão e família para cuidar.
É acertada a escolha de um Homem-Aranha de 15 anos e Tom Holland garante a energia e carisma. Metade da graça está no fato do ator parecer tão empolgado em se tornar o intérprete do Aranha nos cinemas quanto Peter Parker com a possibilidade de se tornar um dos Vingadores.
Assim como na música, o “Lado B” de discos e fitas – lembra deles? – não significa um trabalho de menor qualidade, mas um de maior liberdade. É quando a obra não tem a obrigação de resultados gigantescos, ela pode ser mais criativa e fugir de fórmulas – problema que já aparece nos filmes mais populares do universo cinematográfico da Marvel.
E essa liberdade cabe como uma luva para “Homem-Aranha: De Volta ao Lar”, que traz um herói mais fácil de se identificar e “gente como a gente” em um filme cheio de energia e bom humor. Um filme para sonhar em ser um super-herói junto do Peter Parker.