O que significa Baphomet e por que a imagem dele está em alta?

Para os cristãos, a imagem de Baphomet remete ao demônio, mas como que surgiu toda essa história?

Baphomet se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais nesta quarta-feira, 5. O motivo seria uma possível ligação com a maçonaria e o presidente Jair Bolsonaro (PL), mas na verdade a história é outra.

O que significa Baphomet e por que a imagem dele está em alta?
Créditos: Reprodução/Instagram
O que significa Baphomet e por que a imagem dele está em alta?

A imagem chamou atenção até mesmo do próprio eleitorado do atual presidente da República, que ficou indignado com a presença de uma criatura com aspectos de um bode ao lado do presidente acompanhado de outros homens. No entanto, foi-se descoberto que a foto em que Bolsonaro aparece junto da imagem é manipulada, ou seja, não é verdadeira.

Afinal, o que é Baphomet?

A imagem em questão faz referência a Baphomet que, para as religiões cristãs é classificado como uma das imagens do demônio, porque, ela é um símbolo associado à magia, alquimia, à bruxaria, satanismo e ao esoterismo. Com a ascensão do cristianismo e perseguição aos pagãos.

Baphomet (leia-se Bafomé) é uma criatura que surge como símbolo pagão em relatos do julgamento da inquisição dos Cavaleiros Templários no século XIV.

A origem da figura de Baphomet como algo maligno e herético é cheia de conflitos históricos, porém o mais consistente se dá em torno da Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, também conhecida como Ordem do Templo, fundada em 1118.

Os cavaleiros foram designados a proteger os peregrinos em seu caminho para a Terra Santa, para tanto, receberam com área para sua sede o lugar que atualmente corresponde ao Templo de Salomão, em Jerusalém.

Relatos mitológicos dizem que os Cavaleiros se ficaram ricos e poderosos. Esta riqueza causou suspeita sobre os Cavaleiros. Sendo a principal delas a de se envolveram com algum tipo de ocultismo e pactos que lhes rendeu poder e riqueza.

Em 1307, o rei francês Felipe, o Belo, em conjunto com o Papa Clemente V, manda prender os Cavaleiros, que são torturados e condenados à fogueira sob a acusação de heresia.

O monarca francês os acusava de adoração ao diabo na figura que se chamava Baphomet. A partir daquele momento, Baphomet torna-se da condenação da Ordem pela Igreja Católica e da morte dos templários na fogueira.

Mais pra frente na história, a representação mais conhecida de Baphomet se deu pelas mãos de Éliphas Lévi, considerado um dos ocultistas mais populares do século XIX.

Em seu livro Dogma e Ritual da Alta Magia, Levi define a imagem de Baphomet como a “magia absoluta”.

Levi diz: “O facho representa a inteligência do ternário; a cabeça de bode a responsabilidade da matéria e expiação dos pecados, as mãos humanas a santidade do trabalho”.

O Baphomet popularizado por Levi serviria de referência para o místico Aleister Crowley, para quem Baphomet é uma criatura andrógina e que congrega a vida e o amor, o medo, a luz e a liberdade absoluta.

Aleister Crowley é considerado o místico mais famoso e sua história serviu de base para filmes e músicas do cantor britânico Ozzy Osbourne.