Pastor que orou para Paulo Gustavo morrer é condenado por homofobia
Na época da publicação do líder religioso, o humorista enfrentava uma dura batalha contra as complicações da Covid-19
O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) anunciou na última quarta-feira, 27, a condenação do pastor José Olímpio pelo crime de homofobia cometido contra o ator e humorista Paulo Gustavo. Em abril de 2021, o líder religioso disse estar “orando pela morte do ator”, que naquele momento, lutava contra complicações da Covid-19. O artista morreu, aos 42 anos, em 4 de maio do mesmo ano.
“O pastor José Olímpio prestará serviço à comunidade pelo tempo da pena, durante seis horas semanais e pagará 30 salários-mínimos, que serão revertidos para grupo ou organização não governamental de Alagoas com atuação em favor da comunidade LBGTQIA+”, diz o comunicado oficial.
À época, o pastor José Olímpio deletou a publicação, pediu desculpas e entregou o cargo. Ele foi denunciado por discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional — racismo.
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“No caso em apreço, diante das evidências existentes nos autos, da foto escolhida para a postagem e do reconhecimento nacional do qual gozava o ator, inclusive por seu engajamento na pauta da comunidade LGBQTIA+, o tom discriminatório é cristalino, motivo pelo qual resta demonstrada que a conduta preconceituosa foi feita em virtude da orientação sexual do senhor Paulo Gustavo”, diz o magistrado na decisão.
A pena é de 2 anos e 9 meses de prisão, inicialmente em regime aberto, e já foi convertida em prestação de serviços à comunidade. O pastor vai poder recorrer em liberdade.