Paulo Vieira descobre da forma mais inusitada que tem ascendência cigana
Tudo começou após o pai brincar com a mãe dele, chamando-a de "cigana"; Esse apelido causava muita raiva nela e ele foi descobrir o porquê
Durante a madrugada desta quinta-feira, 30, o comediante Paulo Vieira publicou uma história para lá de inusitada falando sobre sua possível ascendência cigana. Ele descobriu que sua mãe, Conceição Vieira da Silva, provavelmente foi criada dentro de uma cultura cigana depois de uma conversa cheia de revelações do passado.
O artista disse que o pai sempre faz elogios “tortos” a sua mãe, chamando-a de “Ciganona” e por alguns motivos, ela nunca gostou do apelido. “Minha mãe fica muito p*ta”, escreveu no tweet que introduz a história.
Foi aí que ele e o irmão, José Vitório Neto, decidiram investigar o porquê de ela ficar tão brava. O que acontece é que quando era criança, “xingavam” ela de cigana e esse adjetivo não cresceu sendo uma boa referência em sua cabeça.
Curiosos, os filhos questionaram mais uma vez o motivo para ver se saía mais história. “Só porque meus parentes por parte de pai viviam se mudando”, respondeu ela.
Conceição continuando contando a história: “E minha vó não falava bem português, falava enrolado. Ela não gostava muito da gente porque meu pai casou com a minha e ela já tinha arrumado um casamento pra ele”.
Ao ser questionada o que a vó, aparentemente cigana, fazia, a mãe disse que ela remendava “tacho de cobre”.
“Eles eram bons artesão, o povo do meu pai, um tio meu fazia violão, o outro tocava e arrumava sanfona. Eu tinha um tio que era anão que fazia carteiras e bolsas de couro. Meu pai era especialista domador de cavalo, mas também tocava bem”, relatou dona Conceição aos filhos.
Paulo também descobriu nessa conversa com a mãe de onde ela tirou a receita de família para fazer charutos. “Quando eu ia pra casa da minha vó, ela fazia charuto”, disse a mãe. “Eles faziam uma fogueira fora de casa e tocavam e cantavam a noite toda!”, complementou.
Mais um fato contado pela mãe chamou atenção dos filhos. Ela contou que a assim como a “Tia Eva”, todos da família tinham um dente de ouro – característico da cultua cigana.
Além disso, ela falou que a tal da Tia Eva tinha a mania de “olhar a borra do café”, que nada mais é um método de adivinhação atrelava a vida dos ciganos. “Porr*, mãe, a senhora é cigana pra caralh*”, respondeu Paulo, entusiasmado.
Por fim, ainda pensando na história da mãe, ele e irmão se comprometeram em empoderá-la a sentir orgulho de suas raízes ciganas. “Justificou muita coisa sobre a minha família, tipo porque meus tios amam dentes de ouro”, falou.
Ao ir mais à fundo nessa história conversando com a “pessoa mais velha da família”, Paulo teve certeza sobre suas origens ciganas. O que ocorreu foi: preconceito! A família não queria mais se vista como cigana porque tinha vergonha, principalmente durante o período da ditadura.
“Eu amei e me sinto justificado nas minhas roupas, joias, tarô, músicas e guerras me chamem de Bóris”, brincou o ator.
Cultura cigana
Através de estudo genéticos, aponta-se que a origem dos ciganos foi na Índia, mais especialmente no Noroeste da Índia.
Assim como a família do avô de Paulo, os ciganos não gostam muito de se estabilizar completamente em alguma propriedade. Os negócios são feitos com seus próprios pertences e geralmente gostam de receber os pagamentos em ouro, pois ele vale em qualquer canto do mundo. Daí que surgiu a associação da cultura cigana com os adereços de ouro.
Estima-se que a população cigana chegue a 5 milhões de pessoas no mundo, concentrados principalmente na Europa Central, em países como as Repúblicas Checa e Eslovaca, Hungria, Iugoslávia, Bulgária e Romênia. No Brasil, no último dado oficial sobre o grupo, eles já eram mais de 800 mil pessoas, ficando atrás apenas da população cigana dos Estados Unidos, que chegou a 1 milhão.
O motivo dos ciganos se mudarem tanto vem pelo fato da cultura não ser bem aceita nos países, tudo isso na tentativa de fugir do racismo que eles sofrem nesses lugares.
No passado, eles mentiam sobre seus documentos, diziam que Sigismundo, rei da Hungria, havia os expedido. Já a justificativa de nômade surgiu quando falavam que os bispos os condenaram a peregrinar em um período de 7 anos por supostamente terem “abandonado” a fé em Cristo.