Pedro Bial homenageia Marília Mendonça com texto emocionante no Fantástico
"Que versos você escreveria pra explicar isso? Como termina essa canção, interrompida pelo estrondo de silêncio?", questiona o jornalista durante a crônica
O “Fantástico” deste último domingo, 7, começou com homenagem de Pedro Bial para Marília Mendonça. Em texto emocionante, o jornalista fala sobre a “pressa” da cantora de ir e da sua exímia habilidade de concretizar sentimentos em músicas para o Brasil inteiro.
“Hoje, a gente olha pro céu e clama, ‘pra que tanta pressa? ‘; e reclama, cambaleante, sem o chão de tua voz. Marília, por que tanta pressa? Por que tão rápido?”, diz ele.
“Você ainda tinha tanta história pra viver e ouvir e depois em versos nos contar, tanto canto a doar. Por que tão rápido, pra que a pressa? Que versos você escreveria pra explicar isso? Como termina essa canção, interrompida pelo estrondo de silêncio? Que música é essa em descompasso e desafino, onde dó é só padecimento?”, continua.
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Enquanto exibia imagens de shows de Marília Mendonça, a voz de Bial prosseguia lendo o texto ao fundo: “Como toda história, uma canção tem começo, meio e fim. E alguém já disse que toda canção começa buscando um meio de chegar ao fim. A canção de sua vida parece foi interrompida antes de encontrar o meio. É tão anti-natural, chegar ao fim, sem nem acabar de começar. Arrancaram a flor, ficou seu sonoro perfume a consolar um jardim entristecido.”
“Pois, agora, você que falava das coisas fugidias da vida, essas coisas de amores e dores, encontros e adeuses, você que libertava as palavras, deixando que voassem passarinhas pra nos consolar e pra que a gente as acolhesse no ninho de nossas solidões; agora, Marília, seus versos se aquietaram, imóveis, como mão de mãe, suave, sobre cabeça de menino, pousados sobre nossa memória”, finalizou o jornalista.
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