Pedro Bial pede desculpas por fala transfóbica: ‘Contem comigo’
Ele disse que compreende a reação negativa, já que a população trans ainda continua sendo marginalizada pela sociedade
Nesta última terça-feira, 25, Pedro Bial publicou em vídeo um pedido de desculpas às travestis, que foram ofendidas depois que o apresentador do “Conversa com Bial” se referiu a elas de forma transfóbica, no tratamento com pronome masculino. Ele fala que tem “uma história de contribuição para a causa trans” e completou: “Contem comigo”.
A fala considerada transfóbica do jornalista ocorreu na entrevista com o ex-jogador de futebol Ronaldo, exibida na última quinta-feira, 20. No bate-papo, Bial trouxe à tona o fato do ex-atleta ter tido envolvimento com algumas travestis, em 2008. Pedro Bial foi severamente criticado nas redes sociais após o episódio.
“Olá, minha gente. Dá licença… Não é nem pela reação na internet que venho aqui hoje me penitenciar pelo mau uso, pelo uso infeliz de um artigo, da forma descuidada que eu me referi às travestis. É pela minha consciência, consciência de alguém que eu não preciso fazer um levantamento histórico, mas de alguém que tem uma história de contribuição para a causa trans. Lamento demais ter ofendido quem quer que seja, isso jamais foi minha intenção”, justificou.
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O escritor não se fez de desentendido e disse que compreende a reação negativa, pois ele sabe o quanto a população transexual é marginalizada, incluindo aqui no Brasil.
“Alguns poderiam até achar desproporcional a reação, a violência das manifestações na internet, mas acho que [não foi] violento não. Violenta é a vida dura, terrível das pessoas trans maltratadas. É uma tragédia que o Brasil tem que enfrentar. Então estou aqui para dizer, em primeiro lugar, que contem comigo, sempre, para o bem, para a construção, para a mudança desse estado de coisas. Um grande beijo para todos e todas”, encerrou.
Transfobia se combate com informação!
Apesar de ter o dobro de tempo na Terra, a sociedade brasileira parece não ter tido tempo para se informar sobre identidade de gênero corretamente e continua a perpetuar tratamentos transfóbicos.
E como quebrar o tabu das questões de gênero? Simples! Selecionamos algumas informações para que você não pratique transfobia e passe a respeitar a identidade de uma pessoa trans. Vamos lá?
O que é identidade de gênero?
Identidade de gênero é como a pessoa se enxerga no espelho, seja como mulher, homem ou outra denominação dentro do espectro de gênero.
Pessoas que se identificam com o gênero que lhe foi atribuído ao nascer são consideradas cisgênero ou cis, na abreviação. Por exemplo, se ao nascer o bebê é registrado como menino e ao longo da vida ele continua se identificando dessa forma, ele é um homem cis. Se essa pessoa não se identificar com seu sexo biológico, ela é transgênero ou somente trans.
Há também aqueles que não se identificam com nenhum gênero em específico. Essas pessoas são denominadas não-binárias, ou seja, não se identificam como homem ou como mulher.
Vale lembrar duas coisinhas: identidade de gênero não é uma ideologia e, muito menos, tem a ver com a orientação sexual de uma pessoa. Tanto pessoas cis quanto pessoas trans podem ser hétero, bi ou homossexuais.
Transexual x Transgênero x Travesti
Transexual
Há um tempo, esse termo era usado para falar sobre pessoas transgênero mas caiu em desuso para não dar a impressão de que ser trans é uma orientação sexual.
Transgênero
Este termo é usado atualmente para abarcar as pessoas trans. Por exemplo: um homem transgênero é aquele que foi identificado como mulher ao nascer e passou a se reconhecer como homem, enquanto, da mesma forma, a mulher transgênero é aquela que foi designada homem ao nascer mas, na verdade, se identifica como uma mulher.
Travesti
Travesti é um termo mais comum no Brasil, na Espanha e em Portugal (e em pesquisas do RedTube), e já foi usado como xingamento transfóbico e também para denominar uma mulher trans que não desejava passar pelo processo de readequação genital, mas não se aplica mais. Hoje o termo travesti é comumente usado para empoderamento e resistência da comunidade.
A diferença entre as três denominações é de auto identificação. Caso esteja na dúvida e não quer cometer um ato de transfobia, use apenas o prefixo trans ou pergunte à pessoa como ela se identifica.