Por que brasileiros criticam Ludmilla por fazer show na Copa do Catar?

A cantora decidiu fazer de sua passagem pelo Catar também um movimento em favor da causa LGBTQIA+

Após anunciar em suas redes sociais que estava embarcando para o Catar, para fazer um show na Copa do Mundo, a cantora Ludmilla foi criticada por fãs brasileiros pela decisão de ir ao país sede dos jogos, que criminaliza pessoas LGBTQIA+.

Por que brasileiros criticam Lumilla por fazer show na Copa do Catar?
Créditos: Reprodução/Multishow
Por que brasileiros criticam Lumilla por fazer show na Copa do Catar?

Ludmilla, que é casada com a dançarina Brunna Gonçalves desde 2019 afirmou: “Tô embarcando pro Qatar, levando a minha música pra um dos eventos esportivos mais importantes do mundo. Desde que recebi o convite, fiquei pensando em como poderia contribuir com as causas LGBTQIA+ além da minha existência, resistência e tudo que represento. Pra mim, não faria sentido não devolver algo pra minha comunidade, já que o Brasil é o país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo”.

“Tive a ideia de começar um movimento de apoio a instituições que apoiam pessoas da comunidade, seja com iniciativas criativas, de acolhimento ou recursos básicos. Iremos escolher cinco instituições para apoiar durante todo o ano de 2023. Conhece alguma? Deixe aqui e em breve volto com novidades!”, completou a cantora.

De acordo com o Código Penal do Catar, a homossexualidade é tida como uma prática criminosa e passível de pena que pode variar entre oito anos de prisão ou até mesmo a morte.

Ludmilla decidiu topar o convite da Budwiser e cantar num show durante um evento oficial da Copa do Mundo ao lado de Lil Baby, Jason Derulo, Carig David, Peggy Gou, entre outros.

A cantora decidiu fazer de sua passagem pelo Catar também um movimento em favor da causa LGBTQIA+ ao apoiar instituições que trabalham pela causa.

Aqui no Brasil, alguns fãs ao invés de apoiar a cantora, decidiram criticá-la. “Dava pra fazer a ação e >não ir< se apresentar num país que criminaliza nossa existência né? Errou feio nessa, lud”, disse um brasileiro no Twitter. “Cada um sabe dos rumos que dá pra sua vida e carreira profissional. Mas eu não acho legal se apresentar no Catar ainda mais vc sendo uma artista abertamente LGBTQIAP+, me soa muito incoerente”, disse outro.

“Decepcionante ver que o dinheiro/oportunidade é maior do que sua própria existência e valores. Mais decepcionante ainda ver você ignorando uma luta que é SUA, levantando outra no lugar pra justificar e nao parecer tão ruim. Isso não é resistência”, atacou outro internauta.

A verdade é que ser LBGTQIA+ e se apresentar num lugar que os criminaliza não é só um ato de resistência, mas também de apoio aos que sofrem com o conservadorismo que o Catar sustenta em pleno 2022.

“No início, até achei errado vc se apresentar lá, mas por outro lado, talvez seja muito importante pq vc é uma mulher livre, poderosa e tem a liberdade de ser o que vc quiser, passar justamente esta mensagem para todos os países onde mulheres e homossexuais não são respeitados”, disse uma internauta.

“Lud, como o Qatar não apoia a causa LGBTQIAP+, fortalece a nossa Campanha e mostra pra eles como é importante respeitar e aceitar a nossa existência! NÓS SOMOS SIM, IMPORTANTES E NECESSÁRIOS, a gente merece o melhor que tem no mundo!”, disse outra.

“Vai, Lud. Madonna fazia shows em todos os países, inclusive homofóbicos. Mesmo onde era proibida de fazer propaganda lgbt, ela fazia. Ou pelo menos aparecia e fazia a alegria dos lgbts de la. E isso era muito importante pro fortalecimento da comunidade”, relembrou outra.